Prof. Saul Sastre
Diretor de Administração e Finanças do Daer
Doutorando em Administração
Na abertura da Transposul deste ano, na sede da Fiergs, o dirigente Paulo Vicente Caleffi, representando a CNT – Confederação Nacional dos Transportes, falou a todos os presentes: “É a nossa competência que está sendo testada”. O empresário referia-se a crise econômica, coqueluche em todos os meios no Brasil.
O momento é nevrálgico, muitos esforços com poucos resultados. É a típica crise que há muito não víamos. Outra igual penso que somente em 1988, quando o presidente Collor confiscou nossa riqueza em nome do desenvolvimento, coisa que essa geração mais nova só ouviu falar. Depois disso, vivemos períodos duros, mas nunca iguais a este.
Estamos assim, talvez fruto de um excessivo investimento na Copa do Mundo, ou talvez falta de planejamento, ou talvez falta de controle nos gastos, ou talvez falta de gestão, ou talvez devido à crise mundial, ou talvez pela crise política instaurada, ou talvez tudo isso somado, com outros “talvezes”. O importante é que precisamos sair desse cenário nefasto, que suga todas as nossas energias.
O pior da crise é o pessimismo que está no ar. Pessimismo e realismo são coisas distintas, realismo é entender a realidade com muita lucidez e a partir disso, pessimismo é acreditar que as coisas vão piorar e otimismo é ter fé, que as coisas vão melhorar.
E como otimista, digo que estamos vivendo o auge da crise e este momento se estenderá no máximo até meados de setembro. Depois as coisas tenderão a melhorar e seguindo essa lógica, teremos um 2016 mais promissor, porém muito diferente dos tempos áureos. Uma das atitudes para agora é rever preços e ajustar a produção. Quem fez isso, já está tendo sintomas de melhorias.
E como toda a crise, existem os momentos de oportunidades. É o momento por exemplo de rever custos com fornecedores, de baixar aluguel, de comprar carro e imóvel. Este período inglório para a maioria, é o melhor momento de expansão, pois existem no mercado, muitas ofertas de mão de obra, aluguel, mercadorias e matérias primas, que nunca existiriam se a economia estivesse em alta. Logicamente que quem tem condições de surfar nessa onda, são aqueles empreendedores que se preocuparam em deixar seus negócios capitalizados.
Caleffi, tem a máxima razão, quando diz que é a nossa competência que está sendo testada. De fato, sobreviverão os melhores e sairão os piores, é o Darwinismo desta década e o remédio para isso é gestão.