Texto por Denise de Oliveira Milbradt | Foto Divulgação
A orbitopatia tiroideia (OT), também chamada oftalmopatia tiroideia, ou oftalmopatia de Graves é uma doença autoimune debilitante do sistema visual causada por uma alteração do sistema imunitário. Apesar de comprovada a maior incidência entre mulheres a partir dos 25 anos, a causa ainda é desconhecida. Estudos apontam que a doença pode ser agravada por alguns fatores, tais como o tabaco, estresse, alterações das hormonais tireoideias e, principalmente, a genética.
O diagnóstico precoce é a chave para um tratamento satisfatório do doente, evitando as sequelas físicas e psicológicas associadas a esta patologia. Fique atento aos sintomas. Se notar inflamação nas pálpebras, aumento da glândula lacrimal, dificuldades para abrir e fechar os olhos ou dilatação do globo ocular procure um oftalmologista.
Embora se investigue a patologia com base no quadro clínico apresentado pelo paciente, alguns exames oftalmológicos, de imagem ou laboratoriais podem ser realizados para auxiliar. No tratamento é administrado anti-inflamatórios em casos de pacientes que encontram-se em fase mais avançada da doença e até há indicação de cirurgia, dependendo da gravidade. Mas, em aproximadamente 50% dos casos não existe a necessidade de um tratamento, cujo quadro melhora espontaneamente.
Segundo o oftalmologista Daniel Valenzuela Chirinos, é fundamental o reconhecimento dos sintomas e sinais característicos desta patologia para um diagnóstico precoce, que permita uma intervenção rápida e adequada. Assim, perante o diagnóstico de OT há que classificar a doença quanto ao grau de actividade e quanto ao grau de gravidade uma vez que a decisão terapêutica vai depender, essencialmente, da análise destes parâmetros.
Na fase mais avançada, a cicatricial, o médico orienta a recorrer a algumas das técnicas cirúrgicas disponíveis no mercado. As formas graves de OT aparecem em menos de 5% dos doentes, e normalmente em idosos e diabéticos. Além disso, o tabaco está relacionado não só com as formas mais graves e mais duradouras da enfermidade, como também com a menor resposta aos diferentes tratamentos que se podem fazer.
Tratamento
•Os doentes com OT, em fase inflamatória, devem ser tratados com medicação anti-inflamatória;
•Na fase mais avançada da doença recomenda-se intervenção cirúrgica, segundo a reabilitação requerida;
•Os doentes, independentemente da fase em que se encontrem (ainda que normalmente seja na fase activa) que apresentem compromisso importante da função visual por neuropatia óptica compressiva, ou por risco de perfuração da córnea, devem ser tratados como urgência médico-cirúrgica: tratamento médico agressivo, com corticoides endo-venosos ou radioterapia, descompressão orbitária de urgência.
Cuidados sugeridos
•Administrar colírios lubrificantes em pacientes que apresentam irritação ocular, inflamação conjuntival, exposição da córnea;
•Manter a cabeceira da cama elevada durante a noite para ajudar na redução do edema periorbitário, bem como administrar diuréticos;
•Oclusão ocular noturna.
Perfil vulnerável à doença
•Sexo feminino entre os 25 e os 65 anos
• Susceptibilidade genética
• Estresse
• Tabagismo