Com uma trajetória política de quase 30 anos, Volmir José Miki Breier, chega ao final do terceiro ano de gestão como prefeito da cidade onde nasceu, falando dos desafios, das superações, das conquistas e de uma nova forma de dialogar com a cidade, onde a prioridade são as pessoas, baseado na humanização e nas parcerias.
REVISTA +MTR – Quem é Volmir José Miki Breier?
PREFEITO – Sou filho do Alvício e da Ives, pai de quatro filhos e avô, casado com Vanessa Morais. Considero-me uma pessoa que adora a vida, música e boas companhias. Sou professor de formação e exercício, gosto de me definir como uma pessoa que trabalha muito, cumpre horários e é extremamente exigente com os resultados. Eu nasci em Cachoeirinha seis meses antes de ela ser emancipada. Nesse mês, completo 54 anos.
REVISTA +MTR – Na sua trajetória, você já foi vereador, vice-prefeito, deputado estadual e secretário de Estado. Do que mais se orgulha nessa caminhada?
PREFEITO – Tenho 28 anos de uma vida pública e o que mais me orgulha é nunca ter tido nenhuma denúncia de desvio de conduta. Infelizmente, o que deveria ser padrão, não é o que percebemos. Sempre pautei minha atuação com transparência, respeito ao que é público e a valorização das pessoas. Lembro lá em 94, como vereador de Gravataí, de ter proposto Projeto de Lei para a obrigação de veículos adaptados para pessoas com deficiência. Na Assembleia também criamos leis para o trânsito mais seguro, retirada das bebidas alcoólicas dos estádios, entre tantas outras.
REVISTA +MTR – Qual os maiores acertos nesses quase três anos de gestão?
PREFEITO – O nosso maior acerto foi a busca pelo equilíbrio financeiro. Assumimos uma cidade com obras paradas e com quase 78% dos recursos comprometidos com a folha de pagamento. A Lei de Responsabilidade Fiscal estipula como teto máximo de gasto com pessoal até 54%. Hoje, estamos em 57,4%. Talvez sejamos o único, ou um dos poucos municípios do Brasil, que reduziu em mais de 20% esse gasto em tão pouco tempo. Para tanto, tomamos algumas medidas urgentes: redução no número de CC´s e de secretarias. Enfrentamos resistências, mas assumimos um compromisso com a população de mudar a forma de fazer administração. Foi um esforço que a cidade precisava. Além disso, um dos maiores acertos dessa gestão é a sintonia e a atuação com o vice-prefeito Maurício Medeiros. São quase três anos de uma relação leal, transparente e honesta. Ele é um acerto para toda a cidade. A grande maioria das pessoas não sabe o quanto o Maurício destrava ações. Foi ele quem conseguiu, em Brasília, a retomada das obras da praça Ceus (área de 3 mil m2 com biblioteca, praça de skate, plyaground, quadra coberta, auditório…). São quase três décadas de uma vida pública baseada no trabalho. Um exemplo de ser humano, de homem de família e de gestor público também.
REVISTA +MTR – Houve uma aproximação para melhorar a relação entre a Prefeitura e a comunidade?
PREFEITO – A relação do governo com a comunidade é uma das nossas maiores conquistas. Optamos, antes mesmo de assumir, que queríamos dialogar direto com as pessoas. Temos como lema ‘quem ouve mais, erra menos’. Todas as quartas-feiras nosso gabinete é aberto para acolher quem quer falar com a gente, seja para relatar um problema, para elogiar ou apenas para tomar um chimarrão. Criamos o “Prefeitura com a Gente” onde, quinzenalmente, vamos aos bairros ouvir a comunidade. Também temos, semanalmente, uma transmissão ao vivo pelas redes sociais onde levamos algum assunto em destaque até as pessoas. Essa relação direta com a população é uma marca que queremos continuar, isso ajuda a cidade a ser melhor.
REVISTA +MTR – A cidade está ganhando um novo cartão de visitas com a reforma das calçadas. Como acontece o trabalho de repaginação dos passeios públicos?
PREFEITO – As calçadas da Avenida Flores da Cunha sempre foram um problema, passado de administração para administração. Existiam locais em que pessoas caíam todos os dias e a acessibilidade era precária. Encontramos uma solução baseada na palavra ‘parceria’. Todos ganham: comerciantes, população e a humanização da cidade. Já estamos reformando a décima calçada e a cidade ganhou um novo cartão de visitas.
REVISTA +MTR – Cite algumas outras conquistas importantes que aconteceram na cidade?
PREFEITO – A inauguração da UPA, que atende 5,5 mil pessoas por mês e do Centro de Saúde Animal, que ofertará 100 castrações por mês. Além da inauguração de escola infantil e aumento da oferta de vagas, asfalto para mais de 30 ruas, revitalização de praças e a retomada de diversas obras.
REVISTA +MTR – Poucas pessoas sabem, mas a área conhecida como Mato do Júlio é privada, nunca foi do cidadão de Cachoeirinha. Há algum projeto nesse sentido para permitir que a população possa desfrutar desse local?
PREFEITO – O conhecido Mato do Júlio é na verdade uma área de 200 hectares entre a Free Way e a Av. Flores da Cunha que é de propriedade particular, naturalmente era do Julio Baptista e, hoje, tem vários herdeiros. Nossa intenção é transformar esse espaço em um grande parque ambiental, em torno de 45% de área e o restante que os herdeiros possam fazer zoneamento. Vamos preservar isso, juntamente com a casa, que é da época da escravidão e está sendo tombada. Até o final do governo queremos abrir uma avenida (que passa por esta área), ligando o Interior I ao Parque da Matriz, aproveitando que as alças da Free Way finalmente serão concluídas. Será um grande avanço para desafogar o tráfego da Av. Flores da Cunha. Entramos em acordo com as famílias para destinar à Prefeitura a parte da área de preservação e que eles possam desenvolver o que é necessário.
REVISTA +MTR – Cachoeirinha tem sido notícia positiva graças ao Cercamento Eletrônico e a redução dos índices de criminalidade. Como está sendo desenvolvido esse projeto que é referência no Estado?
PREFEITO – Em Cachoeirinha quem entra com placa clonada, veículo furtado ou roubado, será pego. Talvez a nossa cidade seja a que mais monitora com prisões, graças ao Cercamento Eletrônico. Queremos aumentar ainda mais essa monitoração. Estão sendo instaladas 11 novas câmeras e através do espelhamento com comércios, indústrias e residências, que têm a vigilância particular, vamos ter uma cidade ainda mais segura. O monitoramento acontece 24 horas por dia em uma integração entre Guarda Municipal e Brigada Militar.
REVISTA +MTR – Quando falamos em estruturar uma cidade para o futuro, temos que pensar na educação e nas nossas crianças. Que tipo de ações estão sendo realizadas nesta área?
PREFEITO – Quando coordenei, na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar de Educação levantamos a bandeira da necessidade da ocupação saudável, ou seja, aquele período em que a criança não está estudando. A bandeira do Turno Inverso carrego há muito tempo e colocamos em prática. Hoje todas as escolas municipais de ensino fundamental têm algum tipo de atividades/oficinas no turno inverso. Temos alguns projetos que nos orgulham como o Canta e Encanta Minha Gente, que contempla 1400 alunos que estão no coral ou aprendendo algum tipo de instrumento musical, como percussão, flauta, violino ou violão. Contamos também com grupos de danças e o Tiro com Arco, que é referência nacional com a conquista de diversas medalhas. Essas crianças, com certeza, tem uma nova perspectiva de futuro, baseada em atividades que desenvolvem o espírito em equipe, a liderança, o talento e a disciplina. Outro projeto muito gratificante é o da Guarda Mirim, que conta com a participação de cerca de 100 crianças. Recentemente foi reconhecido pela Famurs como um dos três melhores projetos do Estado.
REVISTA +MTR – Que projetos você ainda quer realizar dentro dessa gestão?
PREFEITO – Temos muitos. Gostaria de entregar algumas ações importantes para a cidade, como a ciclovia no canteiro central da Avenida Flores da Cunha (já em processo licitação). O objetivo é humanizar ainda mais nossa avenida para que ela seja pensada não apenas para o transporte particular, mas também para os pedestres, ciclistas e transporte público. Queremos ainda reiniciar a obra da Avenida Fernando Ferrari com o intuito de melhorar o acesso ao Distrito Industrial.
REVISTA +MTR – Como é a sintonia e a integração entre a equipe de trabalho?
PREFEITO – Desde que assumimos, todas as segundas-feiras, reunimos os secretários e a equipe para partilhar os avanços e os entraves. Uma secretaria auxilia a outra, dentro do princípio da transversalidade. Costumamos afirmar que ‘não tem um problema que dure mais de uma semana’. Também temos integração, uma vez por mês, fora do ambiente de trabalho. A meta é valorizar essas pessoas que estão dispostas a trabalhar pela cidade. Tenho orgulho da nossa equipe pela sua convicção, disposição e vontade de acertar. Além disso, destaco as diversas ações realizadas pela Vanessa Morais e Aliny Karen Tonolher, nossas primeiras-damas, que fazem um trabalho grandioso à frente do Viva Mulher, Campanha do Agasalho e em ações estratégicas, como a Caravana da Vida que, mensalmente, leva voluntários para doar sangue no Hemocentro em POA.
REVISTA +MTR – Qual o compromisso do governo?
PREFEITO – Com as pessoas. Também buscamos efetivar projetos que de fato melhorem a vida de todos, transformando Cachoeirinha em uma cidade mais aprazível, feliz e tranquila. A comunidade percebe a nossa disposição e trabalho.