Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Foto | Divulgação
O mês de dezembro prenuncia alguns dos momentos mais festivos do ano. É quando ele, além dos presentes natalinos, marca presença nos tradicionais brindes inspiradores de boas energias. O que poucos não percebem é que o consumo de bebidas alcoólicas vira sinônimo de prestígio social e trás consigo também muita tristeza às famílias que tem alguém preso ao vício. Para dar alívio e orientação aos familiares de dependentes químicos foi criado na década de 60, o Al-Anon. Em Gravataí, o grupo foi fundado em 1997 com reuniões todas as quintas-feiras. Não existe atualmente unidade em Cachoeirinha.
Conforme a delegada de Área do Rio Grande do Sul, Ingelore Koch, o Al-Anon oferece um programa de ajuda mútua para familiares e amigos de alcoólicos, que sentem que suas vidas se tornaram descontroladas por causa da maneira de beber de alguém. O alcoolismo é uma doença, reconhecida e identificada pela Organização Mundial da Saúde, calcula-se que uma pessoa entre dez, desenvolve a doença do alcoolismo. “Todo dependente afeta profundamente, pelo menos, quatro ou cinco pessoas, como cônjuge, pai/mãe, filho, amigo ou colega de trabalho. Neste sentido, o Al-Anon sugere que uma mudança nas atitudes das pessoas afetadas pode ajudar na recuperação dos próprios familiares, e até do familiar alcoólico ou dependente químico, se ele assim o desejar e quiser buscar seu tratamento. Às vezes, casos de violência com adultos e crianças é uma consequência do alcoolismo. O Al-Anon ajuda a tomar decisões sobre o que se pode fazer nessa situação”, frisa.
Durante as reuniões, de acordo com a secretária do grupo de Gravataí, Vera Regina Ismael Rosa, os membros compartilham sentimentos como a raiva, a culpa e a negação, encontrando os instrumentos que lhes permitem alcançar uma melhor qualidade de vida. “As trocas de experiências acontecem em um ambiente de anonimato, onde os membros sentem-se seguros de que nada do que for dito será repetido fora da reunião”, detalha.
Vera ainda sugere que as pessoas mantenham-se calmas, durante os momentos de embriaguez do familiar, pois este poderá apresentar comportamento agressivo. Esperar o momento de sobriedade para falar assuntos mais sérios, ou mesmo dar algum conselho, poderá fazer toda a diferença. “Não se sentir culpado pode aliviar a carga emocional do dia a dia, pois ninguém é a causa de um vício. Na dúvida, busque apoio num dos grupos do Al-Anon”, completa.
Onde buscar ajuda
-Em Gravataí, as reuniões acontecem nas quintas-feiras, às 20 horas, na sala 5 da Paróquia Nossa Senhora de Fátima. A igreja fica na Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, 8069, Bairro Bom Princípio;
-O escritório central do Al-Anon está localizado em Porto Alegre, na Avenida Independência 993. Contatos podem ser realizados pelos telefones (51) 3311-6315 e (51) 99632-6035.