Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Fotos | Divulgação
Começa com uma série de espirros, depois a coceira desconfortável e insistente até, finalmente, a obstrução do nariz. Em casos mais extremos, pode acontecer sangramento nasal e inflamação dos olhos, garganta e ouvidos. A rinite é uma doença que pode ser causada tanto por vírus como por bactérias, embora seja manifestada com mais frequência em decorrência de alergia por reações ao pó, pólens e outros agentes ambientais.
Para conviver com os sintomas é comum a busca de ajuda médica para a indicação de medicamentos como antialérgicos, anti-inflamatórios, descongestionantes ou mesmo dicas para manter a casa mais saudável possível para os casos de rinites alérgicas. Aliás, esta é a manifestação mais comum da doença, pois geralmente é causada por fatores alérgenos, presentes no ar, como o pólen, ácaros e a própria descamação da pele de animais. Ainda é possível ser desencadeada por produtos químicos, tais como cigarros, remédios e até perfumes. Enquanto a não alérgica geralmente é causada por uma inflamação em virtude de algum problema na anatomia das vias nasais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 500 milhões têm rinite no mundo. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), a rinite ataca 30% dos adolescentes e 26% das crianças.
Vacina rara, cara e sob medida
Após 10 anos de estudos sobre a rinite alérgica, um professor titular de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí, o pesquisador Edmir Américo Lourenço, encontrou um tratamento a longo prazo contra a doença. Segundo ele, a vacina não cura, mas é capaz de reduzir tão drasticamente os sintomas da rinite que parece que o indivíduo está curado. Para surtir o efeito esperado, no entanto, a vacina deve ser individualizada, elaborada a partir de testes indicativos dos componentes ao qual a pessoa é sensível. Os mais comuns são ácaros, fungos, penas, poeira, pólen ou pelos de animais. O tratamento é composto por 30 doses aplicadas durante um ano e dois meses.
Ela, no entanto, não é para todo mundo. Médicos costumam prescrevê-la a indivíduos que, durante uma crise, formam anticorpos de uma classe de proteínas batizada de imunoglobulina (famosa pela sigla IgE). Trata-se de uma das manifestações mais comuns da rinite, mas não a única. Além disso, as vacinas dão mais certo em quem é sensível a poucos alérgenos.
São tantos detalhes que, para ter sucesso no tratamento, o jeito é procurar um alergista com experiência na área — e que faça as aplicações em uma clínica ou hospital com estrutura para atender eventuais reações às doses. Também é bom frisar que falar em sucesso não tem nada a ver com cura — essa ainda não existe. A grande sacada da imunoterapia é deixar o indivíduo livre de crises por bons anos depois do ciclo de injeções. E, após as vacinas lave sempre o nariz com soro fisiológico, mantenha a casa limpa e evite entrar em contato com o causador da alergia de acordo com especialistas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Por enquanto a vacina contra rinite só está sendo oferecida em clínicas particulares, com valor em torno de R$ 1,5 mil.
Alimentos que ajudam a evitar a rinite
Alho e cebola – eles contêm enzimas que combatem infecções e a quercetina, um pigmento natural que atua inibindo produção e liberação de histamina (que, por sua vez, é responsável por causar irritação nos olhos e congestão nasal).
Peixes de água fria – o salmão, a sardinha e o atum, por exemplo, são fontes de ômega-3 e de selênio, que protegem as vias aéreas, ajudando a evitar inflamações.
Sementes de girassol e linhaça – estas sementes, assim como os peixes, são fontes de ômega-3 e de selênio e, assim, ajudam a evitar a inflamação da mucosa nasal.
Sintomas
Sazonal: Coriza, congestão, prurido nos olhos, nariz, ouvidos, garganta, lacrimejamento. Proveniente de alergia a pólens de gramíneas. Em nosso meio inicia na primavera. Os testes cutâneos são positivos!
Perene: Severa obstrução nasal, prurido, coriza moderada e drenagem pós nasal. Alergia aos ácaros, epitélio de animais, baratas e fungos. Testes cutâneos positivos!
Medicamentosa: Obstrução nasal severa! O uso abusivo de vasoconstritor nasal promove um efeito de rebote quando passa o efeito do medicamento, causando uma intensa obstrução nasal e dependência das gotas nasais. O tratamento necessita do diagnóstico da razão do uso do vasoconstritor e que seguidamente é devido à alergia.
Vasomotora: Mudanças ambientais, ar condicionado, cheiros fortes. Sem prurido, coriza intensa e espirros. Testes cutâneos negativos!
Hormonal: Acontece muitas vezes em mulheres grávidas, havendo recuperação após o parto.
Infecciosa: Rinite que acompanha quadro de febre e indisposição devido a viroses respiratórias.