ChocolaTCHÊ reúne confeiteiros em Canoas e apoia empreendedores afetados pelas enchentes
Começou nesta terça-feira (10), a ChocolaTCHÊ, maior evento de confeitaria artesanal do sul do Brasil. Em sua segunda edição, a Feira e Congresso de Confeitaria Artesanal do RS acontece no Centro de Eventos do ParkShoping Canoas e visa impulsionar a retomada, a qualificação e o fortalecimento do empreendedorismo na área.
Promovido pelo Instituto Sul Doce, a ChocolaTCHÊ segue até quarta-feira, dia 11 de setembro, e reúne as principais tendências e grandes nomes do mercado, além de fornecedores, aulas-show com culinaristas trazendo técnicas e experiências práticas em cozinha colaborativa, uma grade de mentorias e rodadas de negócio, além de uma programação especial de painéis com histórias de empreendedorismo e receitas para crescer como confeiteiro.
Após as enchentes que devastaram o Estado em maio, o tema para a Feira deste ano foi “Passos para Recomeçar – Lute como uma Confeiteira”, e Canoas foi escolhida para ser a sede, visto que foi uma das cidades mais afetadas pela catástrofe climática. Além disso, após mapeamento realizado pela Associação Gaúcha de Confeitaria Artesanal, 80 confeiteiras foram identificadas e receberam ingressos sociais para o evento, além de serem beneficiadas por iniciativas de doação de utensílios e equipamentos. Juntamente com a distribuição de kits de recomeço para ajudar na reconstrução de seus negócios destruídos pelas chuvas.
O impacto nas confeiteiras e na economia
Uma das confeiteiras impactadas é Franciele Ramires, proprietária do ateliê LeFran, em Canoas, que perdeu parte de seus equipamentos e estrutura. “Meu ateliê fica na minha casa, e tudo ficou debaixo d’água. Agora estamos reconstruindo, um dia de cada vez”, destacou. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 10 mil, e a confeiteira ainda espera que o processo de recuperação leve mais de um ano. “Perdi forno, micro-ondas, utensílios, e ainda tenho a casa para reconstruir também”, explicou.
Apesar das dificuldades, Franciele destaca o apoio que vem recebendo de outras confeiteiras e de marcas parceiras. “Fui mapeada, mas também junto com algumas amigas ajudei outras dez confeiteiras a recomeçar. É uma corrente de apoio, ninguém larga a mão de ninguém”, afirmou. Além de confeiteira, a empreendedora também atua como mentora na área, e compartilha seu conhecimento com centenas de alunas de confeitaria.
Além da Feira, a ChocolaTCHÊ conta com um congresso que apresenta não só uma programação com nomes nacionais, mas também valoriza o protagonismo gaúcho nesta área. Entre os destaques, estão Mara Cakes – uma das mais reconhecidas empresárias do ramo e criadora do Mara Cakes Fair, considerado o maior evento de confeitaria das Américas. Falando de receitas para o sucesso nos negócios que vão além das massas, recheios e coberturas, ainda estarão Rodney Caco, chef de cozinha, professor e especialista em bolos artísticos; Ana Carolina Couto (a Ana Formiga), culinarista, professora e influenciadora; Tábata Romero, jornalista e confeiteira, que se define como uma “caçadora de tendências” e tem um dos maiores canais do segmento na internet; João Rodrigues, criador do Movimento Comportamento de Dono; e Ricardo Mello, consultor para a alta performance de empresas e CEO da Bello Festas. Entre as referências no RS, estarão em painéis nomes como Bibiana Loureiro (Consuela’s Brownies); Bruna Longaray (Bruna Trufas); Franciele Ramires (LeFran Doceria); Jeison Scheid (Alfajores Odara); e Marina Berleze (Tua Vitrine – foto de confeitaria).
Painéis pensados para apoio e recomeço
De acordo com o sócio-diretor da Sul Doce, Leonardo Rehm, a ChocolaTCHÊ busca, além de qualificar o setor, conectar confeiteiras e promover a profissionalização. “O evento foi criado para que as confeiteiras, muitas das quais não se enxergam como empresárias, possam se conectar e ver que existe um movimento de profissionalização. Queremos ajudar essas mulheres a ressignificarem suas experiências e promover a retomada de seus negócios”, destacou.
Durante os dois dias de evento, serão mais de 20 marcas apresentando soluções e inovações em equipamentos e insumos, além de diversas ativações de aprendizagem e relacionamento, como o Lounge Gostoso é Crescer Junto, que proporciona networking, parcerias e criatividade no empreendedorismo, o espaço Instituto Sul Doce e a cozinha colaborativa, com extensa agenda de oficinas e workshops voltados a técnicas e modalidades como pasta americana, coberturas, tortas, cupcakes e personalizações em doces. Entre as novidades, um laboratório “mão na massa” junto com o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e seu corpo docente, ensinando sobre panificação e bolos. Na grade de mentorias para confeiteiros, serão abordados temas como gestão, produto e marca, em aulas para pequenos grupos com especialistas de cada área e imersão nas melhores práticas.
Leonardo Rehm, explica que o evento foi pensado para trazer novas perspectivas às empreendedoras afetadas pelas enchentes. “Mudamos a temática do evento após o desastre de maio. Nosso objetivo é ajudar essas confeiteiras a recomeçarem, trazendo conteúdos que as inspirem a sonhar e reconstruir seus negócios. Através de painéis e mentorias, queremos mostrar que há esperança e oportunidades”, concluiu.