Sabe o que significa os termos alopecia androgenética? Ainda que as palavras lhe pareçam assustadoras, trata-se da calvície como é popularmente conhecida e que afeta homens e mulheres. Aliás, o sexo feminino tem sido cada vez mais surpreendido com esta condição, na maioria das vezes de origem genética.
Curiosamente, o ciclo de vida de cada fio de cabelo é marcado por fases de crescimento, repouso e queda. 90% do nosso cabelo está na fase de crescimento. Depois de um curto período de repouso, em que para de crescer, o fio cai e, no seu lugar, um novo fio entra na fase de crescimento. Por isso, uma pessoa pode perder entre 50 a 100 fios de cabelo todos os dias, sem risco de desenvolver calvície, por causa desse processo de renovação contínua. O fato é que a duração média de um fio de cabelo, do nascimento até a queda, é de um ano e meio a dois anos.
Mas, a alopecia androgenética é causada por uma hipersensibilidade de receptores hormonais no couro cabeludo, levando ao afinamento progressivo do fio de cabelo até completa obstrução do folículo piloso (local onde nascem os fios). Uma condição que atinge 5% das mulheres. A doença é hereditária e é mais comum nos homens.
Até a menopausa, as mulheres contam com a proteção dos hormônios femininos. Depois, quando os níveis de estrogênio desabam, a proteção desaparece e aquelas com predisposição genética podem manifestar uma queda anormal de cabelos. Diferente do que acontece com os homens, nas mulheres os cabelos da frente permanecem, mas os fios ficam finos e rarefeitos, especialmente no topo da cabeça, a ponto de, nos casos mais avançados, o couro cabeludo tornar-se visível.
Os casos de alopecia androgenética feminina vêm aumentando à medida que as condições da vida moderna expõem as mulheres a maior carga de estresse, tensão e ansiedade. São considerados outros fatores de risco o excesso de produtos químicos utilizados nas tinturas, alisamentos e permanentes, por exemplo, puxar muito os cabelos para prendê-los em rabos de cavalo ou tranças e a carência de nutrientes e vitaminas provocadas pelas dietas restritivas para emagrecer.
Outro ponto importante é que a doença não está diretamente ligada a quedas volumosas de cabelo (quando você passa a mão na cabeça e vem uma quantidade considerável de fios junto). O fio afina gradualmente até que o folículo fica entupido e ele não cresce mais. Porém, você pode, sim, ter um caso de alopecia ligado a outro de queda significativa.
Alopecia no dia a dia
Uma das maiores dificuldades de adaptar o tratamento de alopecia no dia a dia é, justamente, entender que essa doença é uma doença sem cura e que o tratamento não tem fim. É necessário ter uma rotina de cuidados regrada. Vale lembrar que se o tratamento for interrompido, a determinação genética volta a se manifestar e a condição retorna. Além disso, podem levar meses para o tratamento começar a apresentar algum resultado.
Também afeta a autoestima feminina. Daí a importância de identificar a calvície no começo. Se você percebe que o seu cabelo está caindo muito ou que os seus fios estão ficando mais finos, é essencial a busca de orientação com um dermatologista para fazer uma análise do caso e começar o tratamento mais adequado para o seu caso.
Recomendações
Alguns casos de perda de cabelos merecem atenção especial. Fique atento. Nem todos os tratamentos para calvície produzem os efeitos desejados. Ao contrário, as reações colaterais podem ser realmente adversas. Por isso, não se automedique. Procure um dermatologista se notar que:
* os cabelos estão caindo mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses, ou caem em tufos;
* o couro cabeludo está vermelho, coça muito ou arde;
* a produção de oleosidade está muito acima do normal;
* sinais de caspa aparecem nas roupas e nos fios.
Tratamento
Os principais tratamentos são por via oral, usando drogas que bloqueiam a ação hormonal nos receptores do couro cabeludo e a aplicação de medicamentos tópicos para estimular o aporte de nutrientes, estimulando o crescimento e espessamento dos fios de cabelo. Além disso, existem outras quatro principais formas de combater os efeitos da doença:
-Mesoterapia: Micro injeções de vitaminas e fatores de crescimento diretamente nos folículos pilosos.
-Medicação tópica: Consiste em shampoos e loções de aplicação direta na região afetada.
-Transplante capilar: o transplante é indicado, principalmente, para os casos mais avançados da doença. A área doadora é a região próxima ao pescoço, em que os pelos não possuem receptores hormonais e, portanto, conseguem se fixar quando colocados em outras áreas do couro cabeludo.
-Lasers: Mais indicado para aquelas que sofrem com a calvície devido à predisposição genética. O laser muda o ciclo de crescimento do pelo, ou seja, faz com que os fios voltem à fase de crescimento. Para melhores resultados, são necessárias seis sessões em intervalos de 15 dias.