O Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores entre 2017 e 2020 para ocupações industriais de nível superior, técnico e de qualificação, aponta estudo elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). As informações foram divulgadas no dia 19 de outubro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o documento, as áreas que mais vão demandar trabalhadores qualificados nesse período são: construção (3,8 milhões), meio ambiente e produção (2,4 milhões), indústria metalmecânica (1,7 milhão), alimentos (1,2 milhão), vestuário e calçados (cerca de 974 mil), indústria petroquímica e química (327 mil) e madeira e móveis (aproximadamente 258 mil trabalhadores). O estudo considera que a economia brasileira voltará a crescer a partir do ano que vem. As previsões da CNI são de uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,2% em 2017, de 2,5% em 2018, de 2,8% em 2019 e de 3,1% em 2020. A entidade estima que, inicialmente, haverá recuperação dos investimentos privados, incluindo concessões e privatizações, e que, posteriormente, o emprego começará a se recuperar.
De acordo com a entidade, o estudo pode apoiar os jovens brasileiros na escolha de sua profissão e, com isso, “aumentar as chances” de ingresso no mercado de trabalho. “A demanda por formação inclui a requalificação de profissionais já empregados e aqueles que precisam de capacitação para ingressar em novas oportunidades no mercado”, disse a CNI.
Para o diretor-geral do Senai e diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, o profissional qualificado tem mais chances de manter o emprego e, também, pode conseguir uma vaga mais facilmente quando a economia voltar a crescer e as empresas retomaram as contratações. Ele avaliou ainda que há um “grave problema na matriz educacional brasileira”, pois somente 17% dos jovens vão para a universidade e 8% fazem educação técnica. Lucchesi informou ainda que 75% dos jovens saem do sistema educacional sem profissão. “Essa é uma discussão importante como pano de fundo sobre esse debate da reforma do ensino médio brasileiro”, acrescentou.
Segundo a CNI, o “Mapa do Trabalho Industrial” foi elaborado a partir de cenários que estimam o comportamento da economia brasileira e dos seus setores, projetando o impacto sobre o mercado de trabalho e estimando a demanda por formação profissional industrial. De acordo com o estudo, as projeções e estimativas são desagregadas no campo geográfico, setorial e ocupacional, e servem como parâmetro para o planejamento da oferta de cursos do Senai.