Texto por Rita Trindade | Foto divulgação
Estudos apontam que o esporte ajuda na interação e sociabilidade entre as crianças. O esporte na infância gera benefícios positivos em longo prazo. Os benefícios são físicos e psicológicos, pois as crianças fortalecem os ossos e músculos e, consequentemente, o crescimento físico. O esporte também ajuda na concentração, na coordenação motora e na disciplina, respeitando as outras pessoas. O esporte é uma atividade que trabalha o coletivo, ajuda no trabalho de equipe, além de estimular a competitividade e fazer com que as crianças aprendam a respeitar regras.
O desporto enquanto atividade física organizada é importante não apenas para o desenvolvimento físico e motor, mas também para o desenvolvimento social das crianças. A partir de suas regras e condições, as crianças conseguem compreender formas de relacionarem-se umas com as outras, trocando experiências, competindo e ajudando-se mutuamente. Alguns autores defendem que a prática esportiva infantil é capaz de prevenir muitos problemas futuros, como o estresse, problemas respiratórios, cardíacos, de coluna e outros. Isso porque, a partir da prática de esportes, as crianças desenvolvem força óssea e muscular, além de melhorarem o desenvolvimento físico. Outro aspecto relevante é o desenvolvimento da coordenação motora, sendo cotado, inclusive, como agente melhorador na escrita, uma vez que permite relações mais eficientes com os objetos e limites materiais (como o lápis e a folha de papel).
É importante que pais, professores e educadores físicos estejam sempre atentos ao tipo de esporte que as crianças praticam. O esporte praticado deve ser adequado à idade, ao peso, ao sexo e ao tamanho de cada criança. Para evitar que haja qualquer tipo de sobrecarga ou prejuízo no desenvolvimento, é importante que toda prática esportiva na infância seja precedida de uma análise das condições físicas de cada criança, para procurar o esporte mais adequado às suas condições musculares, ósseas, respiratórias e cardíacas.
Muitos educadores físicos defendem que a atividade esportiva deva começar a partir dos seis anos, mas isso não impede que antes desse momento a criança já faça atividades. A idade pré-escolar é a mais indicada, justamente porque é um momento em que o desenvolvimento físico e a socialização estão despontando. Um bebê pode fazer atividades físicas, como natação, por exemplo. Mas é importante que a criança esteja em uma idade em que é capaz de compreender as regras e lidar com as angústias e alegrias do convívio e da competição.
Esporte em família
Para Jeferson Lazzarotto, presidente da OAB Cachoeirinha, os pais devem incentivar e praticar junto com os seus filhos qualquer tipo de esporte. “Investir no esporte é investir em saúde. Neste nosso mundo, onde a sociedade está doente, tanto física quanto mentalmente, o esporte é o porto seguro para mantermos os nossos filhos focados, num ambiente saudável e longe das drogas que hoje é o flagelo dos nossos jovens”, comenta.
Quando a criança pratica um esporte, ela tem uma nítida melhora na sua disciplina (alimentação, descanso, concentração), no seu desempenho escolar, no trato com as pessoas, ou seja, investir em esporte é investir na melhora da qualidade de vida não só da criança, mas da família também, pois esta prática irradia uma melhora como um todo. “Pena que os poderes públicos ainda não se conscientizaram sobre a real importância do esporte e não disponibilizaram, principalmente em nosso município, locais para a prática. Com certeza teríamos uma diminuição drástica no número de jovens envolvidos com drogas”, afirma.
Julia de Ávila Lazzarotto é filha de Jeferson, tem 13 anos e começou a praticar natação com nove anos de idade. Participou de diversas competições e teve grandes ganhos principalmente na escola. “Ela passou a ter maior concentração e foco”, conta o pai orgulhoso.
Infância radical
Cássio Calegari Silveira tem seis anos e com cinco descobriu a sua paixão pelo Motocross. Os pais, Adriana Calegari Silveira e Leandro Scherer Silveira, contam que o menino sempre gostou de esportes. “Com dois anos ele já andava na bicicleta sem rodinhas, sempre demonstrou ter muito equilíbrio e foco”, revelam. A paixão de Cássio vem de família, seu pai e seu irmão de 16 anos Leonardo Calegari Silveira, também são amantes do esporte e incentivam muito o garoto, que apesar de pequeno já sonha alto. “Quando crescer quero ir aos passeios e trilhas com meu pai e participar de corridas e competições”, conta o menino radical.