Texto | Denise de Oliveira Milbradt | Foto | Divulgação
O Ministério da Saúde adverte: a asma é uma doença crônica que pode levar a óbito. Com sintomas muito semelhantes ao da bronquite, a doença é a quarta causa de internações hospitalares no Brasil e atinge cerca de 20 milhões pessoas, entre crianças e adultos. Nos municípios de Cachoeirinha e Gravataí, no entanto, não há programa específico para o tratamento na rede municipal de saúde.
A doença é uma inflamação crônica e alérgica com componente genético, que provoca dificuldades para respirar e nos casos mais graves pode resultar até em morte. Segundo o MS, a asma é responsável por 400 mil internações hospitalares no País, não tem cura e pode afetar pessoas de todas as idades. Ela pode variar muito de pessoa para pessoa e num mesmo indivíduo. Tem épocas que pode ser muito leve e os sintomas desaparecerem e tem momentos em que pode piorar muito, necessitando atendimentos de emergência e, nos casos mais graves, até mesmo internação. As crises de asma também podem variar, umas sendo mais fortes do que as outras.
A causa exata da asma ainda não é conhecida, mas acredita-se que é um conjunto de fatores: genéticos (história familiar de alergias respiratórias – asma ou rinite) e ambientais. Alguns dos gatilhos para a manifestação dos sintomas ou a gravidade deles são os ácaros (habitam em locais onde há o acúmulo de poeira); os fungos (aparecem quando há temperaturas muito elevadas e úmidas), pólens (flores, gramas, árvores etc.); pelos dos animais de estimação; fezes de barata; infecções virais; fumaça e exposição ao ar frio.
Para fazer o diagnóstico é preciso procurar a ajuda médica, que identificará os sintomas da doença. Mas, alguns sintomas, como falta de ar, chiado no peito, cansaço, tosse, produção de muco, dificuldades para fazer tarefas do dia a dia e/ou exercícios habituais podem ser alguns dos indicativos. Depois disso, o especialista pode solicitar uma prova de função respiratória ou espirometria, onde o paciente terá de assoprar e um computador transformará a quantidade de ar que sai em números. São, justamente, estes números que dirão se você tem a doença. Em alguns casos também é solicitado exames de função pulmonar.
Embora não exista cura, existem tratamentos que melhoram muito os sintomas da asma e proporcionam o seu controle. Assim, asmáticos tratados podem ter uma qualidade de vida igual a de qualquer pessoa saudável. O tratamento, contudo, varia muito por paciente e épocas em virtude de apresentar ou não crises. Mas, a maioria é tratada com dois tipos de medicação, cuja função é manter a doença sobre controle, além das medicações utilizadas para aliviar ou combater os picos de crise. As medicações reduzem a inflamação dos brônquios, cujas principais são os corticoides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada. As de função controladora diminuem o risco de crises e evitam a perda futura da capacidade respiratória. O uso correto dela diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.
A persistência é a chave do sucesso no tratamento, que deve ser mantido mesmo quando as crises não são tão presentes. O Ministério da Saúde fornece tratamento gratuito desde 2011 aos asmáticos, que podem obter os medicamentos apenas com a apresentação do CPF e da receita médica.
Em Cachoeirinha, segundo a diretora administrativa da Secretaria Municipal de Saúde, Elisiane Coelho não existe hoje no município programa que atenda os pacientes com asma nas unidades básicas de saúde. Mas, a doença é tema de discussão da equipe, que planeja estratégias de atuação.
Já em Gravataí, a pneumologista pediátrica Luciane Pankowski Fagundes explica que as unidades de saúde acolhem os pacientes com possível diagnóstico, assim como nos atendimentos de urgência no PAM 24 horas e na UPA. Já os pacientes que necessitam de atendimento especializado podem ser encaminhados para o pneumologista na Policlínica Municipal. O tratamento é fornecido gratuitamente, tanto pela Farmácia Municipal, assim como pelo programa do Ministério da Saúde via Farmácia Popular.
Controle a asma
Prática de exercícios – Em um estudo conduzido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), 58 pessoas com a forma moderada ou grave da doença, na faixa dos 30 aos 50 anos, foram convidadas a caminhar em ritmo acelerado na esteira por 30 minutos, duas vezes por semana. Ao final de três meses, os pesquisadores observaram uma redução nos sintomas e na gravidade do quadro — ou seja, os asmáticos ficaram mais dias livres de episódios de falta de ar. Além disso, tornaram-se mais tolerantes a fatores que irritam o sistema respiratório, como ácaro e fumaça.
Coma peixes, verduras e legumes – Depois de analisar mais de 32 mil voluntários, um estudo da Universidade do Porto, identificou esses alimentos como aliados na prevenção das crises — e no descanso das bombinhas. A razão por trás disso estaria na abundância de antioxidantes detectados nos vegetais, além do ômega-3, a gordura boa dos pescados.
Alimentos ricos em fibras – Pesquisadores do Hospital Universitário Lausanne, na Suíça, perceberam que doses de fibras — como soja, grão-de-bico, ervilha, feijão-carioca, cereal à base de trigo — induzem a uma reação menos intensa aos alérgenos que provocam crises. Tudo leva a crer que as fibras modificam a flora intestinal, culminando na multiplicação de bactérias boas. Essas, por sua vez, desempenham várias funções, como ajudar na formação de ácidos graxos capazes de reduzir processos inflamatórios. O que resultaria, em última instância, em menos muco nas vias aéreas.
Sintomas
• Tosse
• Sensação de sufoco
• Dor ou pressão no peito
• Secreções ou mucosidade
• Fadiga
• Sensação de falta de ar
Animais de estimação
• Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a descamação natural da pele do animal, além de sua saliva e urina são capazes de atuar como gatilhos para a doença.
Perca peso
• Pesquisas mostraram que a leptina, hormônio conhecido por controlar a fome, também dilata as vias aéreas.