| Rosane Castro
Escritora e Narradora de Histórias
A biblioteca é um espaço mágico, onde ancoramos nossa imaginação e ganhamos asas que nos libertam do tempo cronológico. É nesse local que nos proporcionamos ler um livro com os cotovelos sobre a mesa, sentados em uma poltrona, ou em pé diante de uma prateleira repleta de obras e seus autores. Mergulhamos em outra dimensão, em que o tempo está nas páginas do livro e a história comanda nossos sentimentos e sensações.
Quando entramos em uma biblioteca, pública ou escolar, encontramos um universo concentrado de informações. Livros para todos os gostos e públicos leitores. Ela passa a ser um espaço atemporal, no qual as histórias, passadas e presentes, estão salvas para o futuro.
Quem consegue perceber o valor cultural de uma biblioteca, com certeza, compreende a importância de espaços apropriados e com profissionais qualificados para trabalharem na preservação das obras, no atendimento ao público ou como mediadores de leitura.
Historicamente o homem vem registrando todo o conhecimento produzido. Assim como vem se adaptando às novas tecnologias de comunicação. Expressar suas ideias, pesquisas e produções artísticas são formas de manter acessa a chama da evolução.
Entre os séculos IV e V as bibliotecas eram de domínio particular. Pertenciam a personalidades famosas, reis e gente de grandes patentes religiosas. O modelo de biblioteca pública, como conhecemos, nasceu em Roma. Ela foi planejada por Júlio Cesar, líder militar e político romano. Mas foi após sua morte que a primeira biblioteca pública surgiu, através do historiador Asínio Polião (crítico de Júlio Cesar) e o escritor Públio Terêncio Varrão, que levaram o projeto adiante.
Na Idade Média as bibliotecas eram locais proibidos. Apenas alguns membros do clero tinham acesso total às obras. Neste período, muitos livros foram destruídos. Só a partir de movimentos políticos e religiosos a igreja começou a perder força e se deu o início de uma mudança. Os mosteiros se transformaram em bibliotecas para, posteriormente, tornarem-se escolas. Finalmente, o acesso aos livros e ao conhecimento poderia ser compartilhado.
Quando me convidam para falar sobre mediação de leitura, inicio com uma pergunta. Gostaria que você respondesse: Se a biblioteca fosse uma parte do corpo humano, qual parte você escolheria?
Temos que pensar na biblioteca como um espaço para a ampliação do conhecimento, que também nos oferece alento, diversão e nos ajuda a elaborar, através do simbólico, a vida.
Eu adoro bibliotecas públicas, escolares ou comunitárias.
Também gosto de chegar a um consultório ou alguma empresa e ver uma biblioteca ou livros expostos sobre mesas de centro ou prateleiras. Demonstra que, ali, naquele lugar, há uma preocupação com o bem-estar alheio.
Ler é uma atitude transformadora.