Cientistas descobriram que a ansiedade e a depressão podem aumentar as chances de morte por câncer de colo do útero, próstata e pâncreas. O estudo, feito em conjunto pelas Universidades de Londres, na Inglaterra, de Edimburgo, na Escócia, e de Sidney, na Austrália, analisou fichas clínicas de mais de 160 mil adultos. Os pesquisadores destacam que esse resultado surgiu a partir de uma constatação estatística, porém, esse fator se soma a outros indícios que conectam saúde física e mental. O estudo analisou 16 estudos que faziam um acompanhamento de 163.363 pessoas, durante cerca de 10 anos.
No início da pesquisa, todos os participantes tinham mais de 16 anos e não tinham câncer. Durante o período de análise, 4.353 participantes morreram por essa doença. Para os dados levantados, a equipe centrou o estudo em cânceres ligados aos hormônios ou ao estilo de vida.
Alguns estudos, inclusive, sugerem que o desequilíbrio hormonal que causa a depressão leva a uma produção mais alta de cortisol, inibindo os mecanismos naturais de reparação do DNA e enfraquecendo as defesas do corpo em função do câncer. Outros trabalhos mostram ainda que pessoas depressivas são mais propensas ao tabagismo, alcoolismo e obesidade, fatores de risco para o câncer.
A análise feita pelas universidades apontou que pessoas com sintomas de depressão e ansiedade tinham 80% mais chances de morrer de câncer de cólon. Além disso, elas eram duas vezes mais propensas a morrer de câncer de próstata, de pâncreas ou de esôfago, em relação as pessoas que não sofrem com esses problemas.
Para isso, os pesquisadores ajustaram estatisticamente os efeitos de distorção atribuídos ao modo de vida, sexo, idade, peso e situação socioeconômica. Os especialistas indicaram, porém, que não é possível excluir uma causalidade inversa, ou seja, que a depressão seja provocada pelos sintomas de um câncer que ainda não foi diagnosticado.