Por Josiane Guimarães dos Passos
Acadêmica do curso de Psicologia
Atualmente, ou desde sempre, os problemas na chamada relação amorosa, a qual, a meu ver, deveria receber outro nome, saltam aos olhos. Os consultórios médicos e psicológicos estão lotados de pessoas procurando ajuda para lidar com eles.
Mas por que falhamos tanto no amor? Por que tanta gente escolhe a pessoa errada ou se concentra em relações tão perigosas quanto irracionais? Por que nos resignamos a relações amorosas?
Talvez porque acreditamos que o amor é infalível e esquecemos algo elementar para a sobrevivência amorosa: nem todas as propostas de afeto são convenientes para o nosso bem estar. Qualquer vínculo de afeto no qual nossos valores essenciais sejam ameaçados é contraindicado para a felicidade, não importa quanto amor lhe dediquemos.
Sabemos que a vida a dois não é uma tarefa fácil, e que todos devemos flexibilizar nossos anseios para que a relação prospere, mas talvez seja exatamente por isso que o amor é uma construção, como todas as outras que sustentam as pessoas como seres sociais, uma via dupla. É preciso dar e receber. E encontrar a maneira para que esta troca aconteça é a chave para uma relação amorosa saudável e feliz.
Caso contrário, as relações tornam-se complementares, com diferenças de responsabilidades enormes, capazes de desgastar o outro e lhe tirar a energia vital, lentamente, até o ponto de este sentir-se irracionalmente culpado ou acreditar que sofrer por amor é um fato normal e generalizado.
Ouve-se falar que é preciso aceitar o parceiro como ele é. Que não é conveniente lhe pedir para mudar, fazer coisas que não gosta ou não quer fazer, ou seja, há uma essência a ser acatada por respeito ao outro. Há de se concordar com isso também, mas existem condições mínimas, como: deve-se aceitar o modo de ser do parceiro, sempre e tanto, quanto não tivermos que nos sacrificar psicologicamente nessa tentativa. “Aceito você como é, se isso não implicar em me autodestruir para fazê-lo feliz, porque se a minha felicidade é inversamente proporcional a sua, algo está disfuncional entre nós”.
O amor, assim como o respeito, a gratidão, a amizade, o desejo, enfim todos os sentimentos das relações humanas é uma via de mão dupla, se andar somente em uma direção, logo morre, muda de nome e torna-se “problema”… Nesses casos talvez o melhor caminho a seguir seja procurar um profissional capacitado para auxiliar na busca da solução desses problemas.