AGEA promove debates sobre o futuro do Mato do Júlio
A Agea (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Cachoeirinha) promoveu, na manhã desta quinta-feira (20), uma reunião com a presença de dezenas de lideranças da cidade, representantes de entidades, empresários, vereadores, o vice-prefeito João Paulo Martins e os herdeiros, com o objetivo de debater o futuro da área conhecida como Mato do Júlio — um terreno de 256 hectares.
Os encontros surgiram após a Agea solicitar visitas a uma solicitação apresentada durante reunião do Conselho do Plano Diretor, visando a criação de um desmembramento de trezentos metros do Mato do Júlio, no trecho entre a prefeitura e o Corpo de Bombeiros.
O arquiteto Tarso José da Rocha fez uma explanação sobre a importância de, antes de qualquer intervenção, realizar um estudo aprofundado da área. Ele iniciou sua fala fazendo uma analogia à mitologia grega, citando “O Fio de Ariadne”, e afirmou que Cachoeirinha enfrenta uma “pandemia urbanística”.
“Cada um faz o que entende, fragmentando o território da cidade, sem considerar o entorno e as interações. Precisamos de um fio condutor, algo que oriente o caminho para Cachoeirinha, e isso se chama Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental”, destacou.
Esse foi o segundo encontro promovido pela AGEA. Na semana passada, a explanação foi realizada para a Associação Empresarial de Cachoeirinha e o Centro das Indústrias de Cachoeirinha.
A reunião transcorreu em alto nível, e todos compreenderam que o primeiro passo – antes de qualquer tomada de decisão – deve ser a realização de um estudo técnico. “Estamos falando de um projeto que precisa ser focado nas pessoas. Quantos habitantes teremos daqui a 100 anos? O que for feito agora deve ser planejado para o futuro”, ressaltou Tarso.

AGEA promove debates sobre o futuro do Mato do Júlio
Ele também traçou uma linha do tempo sobre a história do Mato do Júlio, destacando que, no passado, houve fragmentação das áreas sem considerar a vocação do espaço, sem avaliar o entorno, sem preocupação com mobilidade e sem respeito ao meio ambiente. Atualmente, segundo ele, persiste essa mesma lógica, ainda que com legislações mais rígidas e uma maior conscientização da população, contrastando com interesses puramente econômicos. Tarso enfatizou que o futuro deve ser planejado com base em um diagnóstico amplo, holístico e considerando os anseios da sociedade.
O Presidente da Agea, Sérgio Soares, finalizou ressaltando que o objetivo é ouvir toda a comunidade antes de definir as melhores alternativas. “Não somos contra nenhuma proposta, mas precisamos debater como as mudanças serão feitas para que sejam as melhores para a cidade”, afirmou.
O planejamento proposto segue um passo a passo, começando pelo estudo geológico, hidrológico, da fauna, flora e do patrimônio arquitetônico. Em seguida, é realizado o zoneamento, com a definição de usos, diretrizes e índices. Depois, ocorrem audiências públicas, debates e, por fim, a aprovação no Legislativo.
As discussões sobre o tema continuarão acontecendo com outras entidades, associações de bairro e órgãos públicos.