Texto por Roselaine Vinciprova | Fotos Divulgação
A revolução tecnológica, que iniciou com a disseminação da internet, possibilitou um novo futuro para o mundo. Uma nova forma de pensar sua multipluralidade. Com ela, veio uma nova geração que pensa, age, estuda e trabalha de forma diferente. O mundo mudou. Uma revolução silenciosa, que veio para facilitar a vida e, sobretudo, unificar o direito de informação. Iniciar um novo ano é sempre o momento de pensar: o que nos espera? Por incrível que parece, muitas novidades ainda estão por vir, principalmente no desafio de popularizar produtos e serviços e melhorar a vida das pessoas. A Revista Mais Matéria fez um elencado de novidades que estão aterrizando em 2015.
TECNOLOGIA MÓVEL: O foco de muitos estudos e lançamentos de aplicativos está nos dispositivos móveis. A internet móvel deve crescer 39 vezes até o final de 2015. Estima-se que o Brasil terá 246 milhões de celulares, o equivalente a 1,2 aparelhos por habitante, sendo desses 58 milhões de smartphones. O número de tablets deverá crescer 81 vezes, chegando a 5,7 milhões de unidades. Baseado nestes números, uma das grandes tendências será o fortalecimento do comércio eletrônico para esses consumidores. O Mobile Commerce deverá gerar novas plataformas fáceis e atrativas para fidelizar esse público. Layouts com botões grandes, mínimo de texto, rolagem e checkout rápidos são essenciais para a conversão. Além disso, os fabricantes devem pensar em aliar o e-commerce a outras experiências e aplicativos, aumentando ainda mais seu poder de venda. Com isso, aumenta também o crescimento de pagamentos feitos via smartphones, que poderá ser estendido também para bares, serviços, restaurantes.
DRONES: Para acompanhar a velocidade do e-commerce já surgiu e deve ganhar força a presença de drones para realizar entregas. Os pequenos robôs voadores já recebem investimento alto das empresas que se acordaram para a necessidade de entregas rápidas. Em 2015 não se assuste em ver drones sobrevoando a sua cidade.
APLICATIVOS: A disseminação de aplicativos inteligentes deve dominar o mercado. Através deles será possível praticar atividades holísticas, terapêuticas, com atendimentos personalizados em tempo real. Também será possível medir a pressão arterial, os batimentos cardíacos, diabetes e temperatura corporal. A tendência ainda vai para soluções para a vida cotidiana, como GPS mais precisos em termos de voz, imagem e interação com produtos e serviços. A área da educação e sustentabilidade ganham destaque com grandes incentivos de governos ou da iniciativa privativa para o desenvolvimento de soluções para problemas reais com o uso da tecnologia.
INTERNET DAS COISAS: A proposta é conectar a rotina diária com a internet, e com isso, obter soluções e facilidades. Essa já é uma realidade na indústria automobilística, onde os carros saem das fábricas com interação com a internet. Além disso, os motoristas poderão receber informações sobre troca de óleo ou calibrar os pneus. Em casa, a geladeira conectada avisa quando faltar alimentos e dá sugestões de preparo com os ingredientes existentes. O objetivo é ter o maior número de sensores e dispositivos conectados, possibilitando uma gerência inteligente das atividades que envolvem o dia-a-dia das pessoas.
AÇÕES BASEADAS EM ANÁLISE: Agora o problema não é ter informação, mas sim saber lidar com o grande volume de dados que chegam até a organização. As empresas precisam ter a visão de transformar isso em ativo estratégico para obtenção de resultados. Não adianta somente registrar sem dar o devido tratamento comparando e modificando para gerar inovações em produtos, mercados e processos. Isso vale também para informações de clientes. As empresas precisam mudar o foco dos investimentos em canais de conhecimento de mercado. É necessário priorizar as informações importantes para construir relações a longo prazo que acompanhem as necessidades de mercado e dos consumidores.
ANÁLISE VIRTUAL DO MUNDO: Como cada vez mais pessoas estão conectadas, cresce a tendência de analisar com dados precisos comportamentos pessoas, das coisas, das cidades e da movimentação. Ferramentas já rastreiam os IPIs dos computadores em busca de dados para o e-commerce, mas a novidade é que estudos aprimorem ainda mais as rotinas diárias, o comportamento, os gostos em tempo real. Isso é facilitador para busca de novas ferramentas e tecnologias que modifiquem a vida das pessoas ou até transforme uma realidade local. É a análise em tempo real da vida das pessoas.
STARTUP: Muito vai se falar de startup. São empresas criadas baseadas em uma ideia que pode crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores, com investimentos privados ou do governo. Exemplos, como o Facebook, WhatsApp, Instagram e tantos outros. Jovens que pensaram em uma solução barata para resolver uma demanda. Receberam investimento e cresceram imensamente rápido. São uma espécie de células de negócios rentáveis, baseadas em projetos de estudo da realidade do mercado. No Brasil, o Easy táxi é um exemplo, de uma ideia nasceu um aplicativo com utilidade. Hoje está se expandindo para todo mundo com investimentos altíssimos. Para criar um startup não basta apenas uma boa ideia, é preciso ter um projeto de crescimento e convencimento para encher os olhos de investidores. Pode ser um site, um aplicativo, um serviço ou um blog. O interessante é que esses jovens estão cada vez mais sendo desafiados a apresentar soluções inovadoras.
Mudanças na educação
Uma das grandes revoluções que ainda está por vir são as transformações na área da educação baseadas em novas tecnologias. É umas das áreas que mais necessitam se integrar com a modernidade. Com o acesso universal ao conhecimento, um dos caminhos possíveis é que, cada dia mais, o trabalho de estudantes e acadêmicos está sendo visto como colaborativo, permitindo assim que estudantes e professores trabalhem junto em busca dos mesmos objetivos. Assim, a pesquisa torna-se altamente estimulante mesmo para os mais novos.
Há alguns anos associações e entidades vêm recomendando o emprego de tecnologias e aplicativos a fim de buscar maior experiência em pesquisa, experimentação, aprendizagem baseado em problemas e outras formas de trabalho criativo.
A alfabetização digital, utilizando todos os meios digitais da comunicação e da informação, ganha importância a cada dia. O desafio é saber como utilizar toda essa informação disponível da melhor forma no objetivo de formar cidadãos conectados as questões sociais mais amplas e encorajar a sua aprendizagem na solução de problemas mais complexos.
A computação móvel já utilizada em muitas universidades, com os alunos levando consigo algum tipo de dispositivo móvel que auxiliam na comunicação e oferecem uma gama crescente de atividades apoiadas em aplicações. Mas o desafio ainda é maior quando se pensa em escolas de ensino fundamental e médio. Já que é justamente nessa idade que a tecnologia está mais presente.
Além disso, a tendência de conteúdo com acesso amplo e gratuito é crescente, já que possibilita um processo de democratização e de conhecimento. A abertura do conteúdo 24 horas por dia representa uma mudança profunda no modo como aprendem e estudam. Estudos já comprovam a eficácia de programas no desenvolvimento escolar, como estudo da matemática, geografia e português. A ideia é que o aluno carregue consigo uma espécie de programa personalizado que trabalhe com mais ênfase as suas dificuldades e potencialize a suas capacidades. Imagine que ao chegar no final do ensino médio ele já tenha um histórico de áreas que poderá ter sucesso na sua carreira no futuro.
Livros Eletrônicos – Os livros eletrônicos não são novos, mas evoluíram muito e dispõe de novos recursos. A tendência é que o mercado priorize o mercado on line, facilitando em muito a vida, principalmente dos estudantes. Os recursos crescem a cada dia, facilitando a vida de quem ainda não gosta de ler nas telinhas.
Educação a distância – A educação a distância deverá crescer ainda mais, com a popularização de preços, em um ambiente 100% digital. É uma alternativa de qualificação para a grande maioria da população que não tem como pagar uma universidade ou faculdade. A tendência é que apareçam novas ferramentas para aumentar a interatividade, atratividade e construção do conhecimento através do estudo a distância.
Aplicativos para facilitar o estudo
Uma plataforma que permite estudar para provas com quizzes no celular, um Netflix de livros, um projeto educacional que ensina programar softwares em português. Essas são algumas das ideias apoiadas neste ano pelo Start-Ed, da Fundação Lemann. O programa oferece auxílio financeiro, mentoria e interação com profissionais da área de educação. Em 2014, foram mais de 170 startups inscritas, filtradas por meio de um processo seletivo. As seis startups selecionadas nesta edição apresentaram suas iniciativas para representantes de empresas que investem no setor:
AppProva – É uma plataforma de quizzes que gamifica atividades para engajar alunos. Ela permite que os professores, com base nos resultados dos estudantes, identifiquem as principais dificuldades deles e, se necessário, mudem suas estratégias de ensino. “Ao jogar, o aluno recebe um feedback automático, que indica o que ele precisa fazer para acertar as questões que ele zerou”, afirma João Gallo, diretor executivo da startup. E é grátis para alunos — quem paga são as escolas, para ter acesso às informações.
Árvore de Livros – Funciona como um Netflix de livros — os usuários têm diversos títulos à disposição e podem acessar o conteúdo de qualquer dispositivo. O serviço ainda oferece relatórios para professores. Eles podem sugerir obras para seus alunos e acompanhar o progresso deles. Quem paga para que os alunos usem a ferramenta são as escolas públicas e privadas.
Me Salva – A plataforma oferece aulas online para estudantes do ensino médio e superior. Ela já conta com mais de 30 milhões de aulas assistidas. A ideia, segundo os criadores, é passar o conteúdo de forma mais prazerosa. As explicações são baseadas em desenhos. A startup oferece cursos gratuitos e pagos.
PortPy – O projeto quer criar parcerias com instituições de ensino para oferecer aulas de programação de softwares em português — hoje, quem quer aprender a programar tem de fazê-lo em inglês. A metodologia mistura aulas online e offline para ensinar o ‘pensamento computacional’. O PortPy dá treinamento aos professores, para que eles mesmos repassem a informação.
Sílabe – É um ambiente virtual em que os profissionais podem disponibilizar conteúdo para seus alunos de forma prática e integrá-lo com material externo. “No Sílabe, o professor pega o conteúdo que ele já usa em sala de aula e envia pela plataforma”, afirma o cofundador Ricardo Sudário. Os alunos ainda têm acesso a áreas de discussão e fazem atividades dentro do serviço — mais tarde, elas geram gráficos para que os gestores possam acompanhar a evolução dos estudantes.
Stoodi – A plataforma atua como um professor particular — ela realiza um diagnóstico do nível do estudante e customiza o curso de acordo com suas necessidades. As aulas são voltadas a alunos do ensino médio, que estão se preparando para o vestibular. A ferramenta foi lançada em janeiro e já conta com mais de 3 milhões de aulas assistidas. Os alunos se cadastram gratuitamente, mas para ter acesso completo pagam uma assinatura mensal. (Fonte: Revista Exame)