| Eveline Juswiak – psicóloga
CRP 07/20725
Estava eu pensando sobre o que escrever para esse mês… cheguei então a conclusão de que não tenho como fugir dos assuntos que mais tenho trabalhado dentro da clínica. Nos últimos tempos tenho recebido muitas pessoas com altas exigências consigo mesmas e com os outros. Adolescentes e crianças que não se permitem errar, e que quando isso acontece sofrem muito. Adultos que se isolam e não mantêm as relações porque as pessoas cometeram um erro. Mas será que é possível não cometer erros?
Iniciei a leitura de um livro muito interessante, da autora Brené Brown, que traz exatamente esse tema da imperfeição. Ela discorre de forma muito sensível o quanto a nossa vulnerabilidade como seres humanos nos aproxima muito mais dos nossos propósitos de vida.
A perfeição não cabe na vida do ser humano, não somos previsíveis, não temos controle de todas as variáveis. Esperar que um dia tenhamos esse controle é perda de tempo, porque enquanto esperamos deixamos de viver o que importa. Por mais que nos preparemos, estudemos, aperfeiçoemos nossas habilidades, ainda assim podemos errar.
Veio-me a mente o exemplo do ginasta Diego Hypólito, campeão mundial na sua categoria, excelente na apresentação dos seus solos, chegou para apresentar-se na olimpíada e caiu de bunda no chão. O fato de ele não ter se saído tão bem na competição faz com que ele seja um atleta menos excelente? Isso fez com que ele deixasse de competir?
Precisamos desenvolver coragem e ousadia para viver, mesmo em meio a insegurança e a dúvida de que vai dar certo, pois a perfeição “não nos pertence”. Como diz Brené Brown: “Em vez de nos sentarmos à beira do caminho e vivermos de julgamentos e críticas, nós devemos ousar aparecer e deixar que nos vejam…isso é coragem de ser imperfeito. Isso é viver com ousadia”
Citação do livro “A coragem de ser imperfeito”- Brené Brown (201).