Frederico Augusto Ritter, descendente de terceira geração de imigrantes alemães, foi casado com Olga Becker e começou a trabalhar jovem na cervejaria da família, a H. Ritter & Filhos. Seu espírito aventureiro o levou a sair de casa aos 14 anos, acompanhando um circo, onde trabalhou como mágico. Depois de algum tempo, transferiu-se para São Paulo, onde trabalhou na Cervejaria Bavária por dois anos.
Em 1901 retornou a casa paterna e logo depois viajou à Europa, tornando-se mestre-cervejeiro na Alemanha. Retornou a Porto Alegre por volta de 1904 e iniciou uma nova fase de expansão do negócio, com a construção de uma nova fábrica e aquisição de máquinas e equipamentos mais modernos. Em 1918 se desfaz da cervejaria e muda-se para Cachoeirinha, onde compra terras que denomina de Granja Esperança.
Em 1919 nascia a Conservas Ritter, primeira indústria de Cachoeirinha, que iniciou suas atividades com a produção de leite e derivados destinados ao mercado de Porto Alegre. Todavia, era inviável a regularidade da entrega dos produtos em função da precariedade das estradas. A única alternativa foi desenvolver uma linha de produtos não perecíveis, que pudessem suportar a demora da viagem, sem comprometer a sua qualidade. Iniciava assim, com pioneirismo no Estado, a produção industrial de uma linha de conservas salgadas, além de uma ampla linha de doces e geleias de frutas.
Nos 525 hectares da Granja Esperança, Frederico Ritter, iniciou as primeiras plantações de diversas árvores frutíferas, que serviriam em pequena escala para a produção dos doces de frutas “Ritter”. Até o ano de sua morte, em 1951, Frederico Augusto Ritter sempre investiu todos os seus recursos financeiros na expansão da “Granja Esperança” e na indústria de conservas. A Ritter S.A hoje administrada pela quarta geração da família tem capacidade para produzir sete toneladas de doces por hora. Durante a safra, pode processar uma média de 300 toneladas de frutas por dia e gera 220 empregos diretos.