Muitas vezes alguns colaboradores são considerados “imexíveis”, fruto de uma longa carreira, que o faz detentor de um capital intelectual do negócio ou de sua função, tornando quase unanimidade o pensamento que se ele sair, ninguém mais saberá fazer o que faz.
Os colaboradores “imexíveis” geralmente são bons técnicos, mas pessoas complicadas no dia a dia, o que exige de suas lideranças muito jogo de cintura para administrar certos privilégios adquiridos ao longo dos tempos, mas de difícil convencimento diante da equipe.
Qualquer “imexível” em qualquer organização, mesmo que não queira, acaba sendo um chantagista, com a habilidade de saber colocar seus superiores na parede sempre que lhe é conveniente. É importante deixar claro que a culpa não é do “imexível”, mas dos donos do negócio que permitiram que tal situação ganhasse proporções ao longo dos tempos. A comodidade de não precisar se preocupar com determinados detalhes de uma operação, de não mapear processos organizacionais, de não treinar a equipe para realizar todos os processos do negócio, resulta na criação de monstros para lhe assediar no futuro. Como se diz em espanhol, “cria cuervos y te sacarám los ojos” e é isso mesmo, cria corvos para que no futuro te furem os olhos.
Eu já convivi com pessoas ditas “imexíveis”, de difícil relacionamento e tive o prazer de acabar com diversos reinados, o que referenda que uma equipe sinérgica com habilidades múltiplas é muito mais valiosa que um simples ser humano com acúmulo de capital intelectual em uma função específica. O início da perda de um “imexível” é bastante difícil, à organização perde tempo, a equipe fica insegura, mas com o passar dos dias, as coisas vão se ajustando e no final descobre-se que, devido ao longo tempo da mesma pessoa na mesma função, vários procedimentos estavam sendo deixados para trás e aquele insubstituível deixava gaps de desenvolvimento no negócio.
Um bom profissional vai muito além da capacidade técnica, aliás, já é sabido de muito tempo que a competência não é só conhecimento, mas soma do conhecimento com a experiência na área e de vida e ainda a atitude, por isso nem sempre o melhor técnico é o mais competente colaborador da equipe. Um bom técnico com atitude ruim só é aliado da empresa se ele trabalhar na concorrência.
Devemos lembrar que a palavra “imexível” não existe no vocabulário brasileiro, assim como pessoas “imexíveis” não devem existir em qualquer organização.
Colaboradores “imexíveis”
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