As consequências da má gestão de resíduos e os impactos no meio ambiente
Na última sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada em fevereiro deste ano, um relatório alarmante foi apresentado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Estima-se que entre 400 mil e um milhão de pessoas morram anualmente devido a doenças relacionadas à má gestão de resíduos. Essas doenças incluem diarreia, malária, câncer e doenças cardiovasculares, todas agravadas pela contaminação ambiental por agentes patogênicos e poluentes.
Os resíduos, quando mal geridos, disseminam metais pesados e desreguladores endócrinos no solo e nas águas subterrâneas, além de contribuírem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa.
No contexto brasileiro, a gestão de resíduos enfrenta desafios complexos. O país produz anualmente cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos, e aproximadamente 40% desses resíduos têm destinação final inadequada, indo parar em lixões ou áreas sem proteção ambiental adequada. Desde 2014, o Brasil vem adiando o prazo para a eliminação desses lixões, com metas estipuladas para agosto de 2024 não sendo cumpridas, evidenciando a urgência de políticas públicas eficazes e investimentos em tecnologias limpas para o tratamento de resíduos.
Apesar dos desafios, iniciativas como a da Ambientuus destacam-se no cenário da gestão adequada de resíduos. Fundada em 1997, a Ambientuus é a única empresa do Rio Grande do Sul licenciada pela Fepam para o tratamento de resíduos através da incineração. Implementando novas tecnologias foi uma das primeiras empresas a integrar o Sistema de Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) online da FEPAM para o gerenciamento remoto de todos os MTRs de seus clientes.
Comprometida com a sustentabilidade, a empresa utiliza tecnologias avançadas no tratamento de resíduos. De acordo com o engenheiro ambiental, Humberto Falcão, todo o processo de incineração passa por diversas fases, o resíduo colocado no incinerador sofre um processo de gaseificação, transformando-se em gases combustíveis que são queimados no próprio incinerador, tornando o processo autossuficiente. Os resíduos que não podem ser gaseificados, como vidros e metais, se transformam em cinzas. No final, de cada 100 litros de resíduo, restam apenas 3 litros de cinzas inertes.
Além disso, durante as inundações no estado, a Ambientuus atuou como voluntária em seis hospitais de campanha, e recentemente ampliou seus serviços de coleta para incluir resíduos gerados pelas enchentes. Até o momento, a empresa recolheu aproximadamente 140 toneladas de resíduos gerados pela catástrofe, garantindo uma destinação adequada e consciente.
Além de contribuir para que os resíduos sejam devidamente tratados, a empresa é a única do segmento no Brasil a deter o selo da ONU e a ter firmado o Pacto Global com as Nações Unidas. Também é a única empresa do setor de tratamento de resíduos a possuir o selo “Great Place to Work” (GPTW), refletindo seu compromisso não apenas com o meio ambiente, mas também com o bem-estar de seus colaboradores.
Em entrevista recente, a diretora da Ambientuus, Dulce Grippa, destacou o papel importante que as empresas de gestão de resíduos têm e ressaltou que, sem uma mudança de comportamento, o acúmulo de resíduos pode levar a sérios problemas ambientais e sociais no futuro.
“Precisamos valorizar as empresas que cuidam do que é invisível para nós. Muitas pessoas têm uma relação com o lixo como se ele simplesmente desaparecesse. No entanto, o custo e o impacto do lixo são grandes. Precisamos repensar e reeducar nossas práticas para um futuro mais sustentável”, concluiu.