Texto por Denise de Oliveira Milbradt | Fotos divulgação

Viajar é sempre uma oportunidade de trazer na bagagem um olhar diferente sobre as situações triviais do dia a dia. Conhecer pessoas, novas culturas e, o melhor: aperfeiçoar um segundo idioma. São muitos os destinos e valores que cabem no bolso. O que não pode faltar é espírito aventureiro e cuidado na hora de contratar a agência para não cair num golpe e deixar de atingir seus objetivos.

Um intercâmbio pode ter como alvo o aprimoramento de uma língua estrangeira tanto para estudantes do ensino médico, quanto dos universitários. Mas ainda pode ser útil para quem quer trabalhar e juntar um dinheirinho extra no exterior, desde que tenha mais de dezoito anos. Uma das opções pode ser cuidar de crianças (babá), que oferece a vantagem de praticar a língua em situações diárias, garantindo rapidamente a almejada fluência.

Conseguir um estágio, por tempo determinado, pode dar um ‘up’ no currículo, mas exige que a pessoa tenha um certo domínio da língua estrangeira. No País, eleito para passar por esta experiência, poderá atuar numa loja, fábrica ou mesmo laboratório no atendimento ao público. Ter experiência/estágio já é algo mais do que requisitado para conseguir qualquer emprego e, principalmente, um salário melhor. Já se imaginou com um currículo recheado de experiências no exterior? Serão muitos pontos a seu favor. Além disso, é ótimo para adquirir a fluência não só na linguagem cotidiana, mas na dos negócios.

Contudo, se o seu objetivo com o intercâmbio for somente os estudos, as opções são muitas. O High School é o modelo mais clássico de intercâmbio para quem está cursando o ensino médio. É uma experiência bastante cultural. E para quem já está no nível superior é possível cursar graduação, mestrado e até doutorado sanduíche. No Brasil é o mais acessível em termos de bolsas e financiamentos, além de você ter a possibilidade de cursar somente um semestre em outra universidade. É muito recomendável ter acesso a diferentes abordagens, bibliografias, palestras, laboratórios e etc. sobre sua futura área de atuação.

Não há desculpas para o medo de sair do País, ainda que você não disponha de muito tempo, mas tem vontade de fazer intercâmbio, existem programas que oferecem um mês ou até menos de estudos. Ele é específico para o aprendizado da língua estrangeira e cursos assim costumam ser chamados de “imersão” porque você vai aprender a língua ao mesmo tempo em que está envolto da cultura e tendo diálogos afora da sala de aula com pessoas nativas. E eles também são diferenciados, já que pode aprender o chamado instrumental, ou então para negócios, ou hotelaria etc.

Em busca de novas experiências 

Em Gravataí a Helen’s Centro de Idiomas oportuniza aos seus alunos, a partir dos 16 anos, intercâmbios culturais e de estudo para diversos destinos. A coordenadora pedagógica do centro, Elen de Oliveira acredita que a experiência passa ser mais bem aproveitada pelos estudantes que estejam, no mínimo, no nível intermediário por já ter adquirido mais autonomia e pode aproveitar os aspectos culturais, além da prática da língua estrangeira. Mas a experiência no exterior é, sem dúvida, o melhor retorno em sua opinião. “Viver em um país estrangeiro, com certeza, muda a vida de uma pessoa. Nunca mais conseguimos olhar as mesmas coisas sob o mesmo ponto de vista. O convívio com pessoas de diversas culturas em uma escola internacional, por exemplo, multiplica o conhecimento intercultural e nos faz lidar melhor com as diferenças de forma que passamos a respeitar, admirar e trazer para o nosso dia a dia as coisas boas que aprendemos”, argumenta Elen.

Em janeiro de 2016 um grupo de alunos do Helen’s Centro de Idiomas parte para uma experiência em Londres. Mas, a escola também disponibiliza intercâmbios para todos os lugares que falem as línguas inglesa, espanhola, alemã e francesa.

Há dois anos estudando Inglês, a educadora física Patrícia de Souza Luiz voltou recentemente de uma experiência de 15 dias em Ford Lauderdale na Flórida. Segundo ela, manter contato no primeiro dia foi difícil, mas perdeu o medo rapidamente. “Cheguei a manter longos diálogos com os nativos e falar o idioma tornou-se fácil. Levei junto a família, que voltou maravilhada com a experiência. Todo dinheiro gasto valeu muito a pena. Em 2016 voltaremos, com certeza”, planeja Patrícia.

Pouco dinheiro?

Com a economia em crise, é cada vez mais difícil juntar dinheiro para o sonho de estudar e morar no exterior por um tempo. No entanto, engana-se quem pensa que para fazer um intercâmbio é preciso ter uma grande poupança.

Programas de au pair, work experience e mesmo opções de estágios no exterior podem ser boas saídas para quem não guardou recursos suficientes para passar uma temporada estudando em outro país, mas não quer dispensar a oportunidade de praticar o segundo idioma. Se optar pelo Au pair (uma espécie de babá) com um investimento de apenas 250 dólares (que inclui o valor da passagem aérea), é possível passar um ano letivo nos Estados Unidos, recebendo uma ajuda de custo de 195 dólares por semana, e ainda fazer um curso pago pela família contratante. Para aderir a esse tipo de intercâmbio, o candidato deve ter entre 18 e 26 anos de idade, ensino médio completo, possuir carteira de motorista, ter ao menos 300 horas de experiência com crianças, além de ser do sexo feminino — raramente, homens são selecionados pelas famílias.

Para quem não atende às exigências de um programa de au pair, ou simplesmente deseja uma experiência diferente no exterior, existe a opção de passar alguns meses de férias, trabalhando em lanchonetes, estações de sky, parques aquáticos e hotéis. A temporada dura de três a quatro meses e o salário pode ajudar a compensar os gastos com as passagens — ou, ao menos, parte deles. Com taxas que partem de R$ 4.670,00 , mais a passagem aérea, estudantes universitários podem sair do país com contratos de trabalho já fechados, nos quais receberão entre 8 e 12 dólares por hora, o que soma de 900 a 1.500 dólares por mês.

Para quem está mais focado na carreira e quer aproveitar a viagem para ampliar sua experiência profissional, existem programas de estágio que exigem investimento baixo perto do retorno que oferecem. Para participar deste programa, é necessário estar matriculado no ensino superior e pagar a taxa de R$ 120,00 para se inscrever na IAESTE (International Association for the Exchange of Students for Technical Experience), que envia estudantes brasileiros para o exterior e recebe estrangeiros no Brasil. Uma vez selecionado, o estudante deve quitar taxa de aquisição de vaga, que custa cerca de R$ 1.990,00, que é sempre a mesma, independentemente do período em que o participante ficará no exterior. Os estagiários costumam receber até 700 euros por mês e se alojam em repúblicas, apartamentos e casas de famílias indicadas pela própria IAESTE com custos mais acessíveis. Apesar do idioma exigido na maioria das vagas ser o Inglês, o programa alcança mais de 80 países, sendo que, em alguns casos da América Latina, é necessário falar espanhol.

Vantagens de um intercâmbio

1. Aprender novos idiomas pode fazer a diferença na sua carreira;
2. Fazer amigos estrangeiros que no futuro poderá receber você na casa deles caso decida fazer outra viagem;
3. Passar pela experiência de saber como funciona uma escola nos Estados Unidos, Europa ou outros lugares do mundo;
4. Aproveitar para conhecer novos lugares, como monumentos famosos;
5. Fazer compras, já que tudo lá fora é mais bonito, barato e irresistível;
6. Conhecer climas diferentes dos que temos aqui no Brasil;
7. Experimentar como é morar com uma família diferente e dar mais valor a sua;
8. Aprender a se virar sozinho sem ninguém conhecido por perto para te ajudar;
9. Voltar para o Brasil com uma nova experiência de vida.