CIC mobiliza empresas para auxiliar as vítimas das enchentes
O Centro das Indústrias de Cachoeirinha (CIC) tem desempenhado um papel fundamental no auxílio aos atingidos pelas enchentes. Desde o início da calamidade pública, a entidade definiu estratégias para enfrentar a maior crise climática do Estado.
Antecipando-se aos desafios, o CIC estabeleceu o Comitê de Crise, composto por representantes do setor industrial, órgãos públicos e empresas locais, com o objetivo de coordenar esforços e encontrar soluções para situações emergenciais.
“Uma semana antes da calamidade, já havíamos nos reunido com o Comitê de Crise no Centro das Indústrias. Casualmente, tínhamos algumas estratégias para enfrentar os problemas, mas a calamidade trouxe uma dor imensa para todos os municípios do Rio Grande do Sul”, destacou a presidente do CIC, Neiva Bilhar.
Parte da estratégia adotada pela entidade foi a criação de micro comitês para que cada diretor trabalhasse em uma base, organizada em três pilares de ação. “Primeiro, fomos à comunidade para identificar as necessidades. Mapeamos todos os abrigos junto com a prefeitura e verificamos o que os abrigos e a comunidade precisavam, pois tudo aconteceu muito rápido, e as pessoas não tiveram tempo de sair de suas casas”, explicou a presidente.
Além disso, o CIC também abriu um canal de doações via Pix e recebeu contribuições de outras empresas. A presidente destacou a importância da união dos empreendedores no enfrentamento da crise. “As empresas e empresários de Cachoeirinha demonstraram união e solidariedade, doando água, mantimentos, cobertores e leite no primeiro momento”, afirmou.
Na primeira semana, o CIC focou intensamente na comunidade, e todas as doações recebidas eram imediatamente destinadas aos abrigos. “Tudo que recebíamos em doações, principalmente água, era imediatamente destinado aos abrigos. Comprávamos o que faltava e levávamos diretamente”, concluiu a presidente do CIC.
Assistência às empresas e colaboradores atingidos
No segundo pilar, o CIC realizou um levantamento nas empresas da região. Foram mapeadas quantas empresas foram atingidas e quantas famílias de colaboradores foram afetadas. Neste momento, com a estratégia adotada de formar os comitês , o CIC voltou seu olhar para dentro das próprias empresas, onde estava o colaborador, e sua família atingida.
“Mapeamos quantas empresas foram atingidas e quantas famílias de colaboradores foram afetadas, porque essas famílias também fazem parte da nossa comunidade. Fazíamos kits com as necessidades e entregávamos diretamente aos funcionários atingidos”, destacou a presidente Neiva Bilhar.
No terceiro pilar, foram identificadas as empresas afetadas tanto diretamente, devido aos funcionários impactados, quanto indiretamente, devido à interrupção no fornecimento de insumos. O fechamento das vias dificultou o acesso às mercadorias, causando prejuízos adicionais às empresas já prejudicadas pelas enchentes.
Além disso, os microcomitês iniciaram o mapeamento e a captação de mantimentos em colaboração com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), buscando soluções para o transporte e distribuição dos recursos.
Empresas do Distrito Industrial de Cachoeirinha, como a Renova, desempenharam um papel importante nesse processo, cedendo espaços para armazenamento e colaborando ativamente na logística de distribuição. Outro exemplo foi a empresa Útil Química, que forneceu mais de 70 mil litros de água diariamente, sendo fundamental na operação de abastecimento às empresas e comunidades afetadas. Além disso, parceiros como a ColdBras desempenharam um papel vital no transporte e distribuição desses recursos.
Apoio a outros municípios e próximos passos
O CIC estendeu sua ajuda a municípios vizinhos, como Canoas, Estância Velha e Esteio, enviando muitas doações para esses locais que também foram afetados.
“Fomos atendendo os municípios mais próximos aqui de Cachoeirinha, como Canoas, onde enviamos muitas doações, porque foi uma das cidades mais atingidas. Mandamos para Estância Velha, para Esteio e para alguns outros também, tentando ajudar onde poderíamos”, explicou Neiva.
Além das ações desenvolvidas durante as enchentes, o CIC iniciou uma pesquisa junto aos empresários para avaliar o impacto das enchentes no faturamento e na contingência das empresas. Os resultados preliminares mostram que algumas empresas tiveram uma queda de até 50% no faturamento. Com base nesses dados, o CIC está desenvolvendo estratégias para ajudar esses empreendedores a se recuperarem e apoiar as famílias dos colaboradores na fase de retorno às suas casas.
Para essas famílias que muitas vezes perderam tudo, o CIC garantirá a manutenção da alimentação por meio de cestas básicas durante três meses, permitindo que usem os valores recebidos para reestabelecer seus lares, comprando itens essenciais como geladeiras e fogões. Esse apoio visa diminuir os custos e facilitar a recuperação.
A presidente Neiva Bilhar ressaltou a importância de ter estratégias e planos de ação prontos para enfrentar futuros desafios. Por isso, o CIC já vinha neste movimento de prevenção, estabelecendo o Comitê de Crise para apoio imediato e assistência nos momentos necessários.
“O CIC já vinha com o movimento de prevenção, o Comitê de Crise já estava se movimentando, então eu acho que é isso, é ter estratégias para conseguir vencer”, concluiu.
Além disso, desafios adicionais ocorreram durante a gestão 2023-2025, como as enchentes no Vale do Taquari em setembro, onde foram enviadas mais de 300 toneladas de produtos de limpeza, e os vendavais entre janeiro e fevereiro, que deixaram o Distrito Industrial de Cachoeirinha sem luz. Esses eventos colocaram à prova a capacidade de resposta e resiliência da gestão, que tem se mobilizado continuamente através do Comitê de Crise.