Comerciantes de Cachoeirinha retornam para limpar e avaliar prejuízos após enchentes
Com a redução do nível das águas, os comerciantes da entrada da Avenida Flores da Cunha, em Cachoeirinha, começaram a retornar aos seus estabelecimentos para realizar a limpeza e contabilizar os prejuízos causados pelas enchentes recentes.
De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), 94,3% da atividade econômica do estado foi afetada pelas enchentes. Este impacto se reflete nos principais polos econômicos e industriais, prejudicando a capacidade produtiva e gerando consideráveis perdas materiais.
Entre os estabelecimentos afetados está a loja SOS Ferragens, que neste último final de semana abriu suas portas para retirar o que restou das mercadorias. “É complicado, ninguém esperava que a água subiria tanto. A loja completou um ano de inauguração, e ver todo o investimento e sonho se perderem assim é muito difícil. Nossa perda aqui é absurda. Muitos materiais, como cimento e produtos elétricos, foram danificados. Já comecei a doar o que ainda pode ser utilizado, como chuveiros, luminárias e sacos de areia, para bairros mais carentes. Estou tentando transformar a perda em esperança e começar de novo”, ressaltou o proprietário da SOS Ferragens, Jacques Lemes.
O proprietário da loja Webber Esquadrias, Taylor Webber, destaca que foi a primeira vez que presenciou uma devastação como esta e que ainda é cedo para calcular os prejuízos. O estabelecimento, aberto por seu pai em 1970, nunca havia sido invadido pelas águas.
“Perdemos tudo. Perdemos material pronto, máquinas, tudo. Estamos começando do zero. Ainda não temos uma estimativa do total de perdas. Precisamos parar, sentar, calcular e ver se conseguimos recuperar alguma coisa das máquinas e motores. Muitas máquinas já saíram de linha, o que dificulta encontrar peças de reposição. Estamos aqui desde 1970, meu pai abriu a empresa, e nunca teve água aqui. É a primeira vez que vejo algo assim. Vim de barco acompanhar a situação, mas a água subiu muito rápido, em torno de um metro e pouco, e não conseguimos salvar nada”, afirmou.
Um dos restaurantes tradicionais de Cachoeirinha, com 26 anos de história a Galeteria Pasta Suta, também calcula seus prejuízos, após as águas invadirem o estabelecimento, deixando um rastro de destruição e muita lama.
Com o foco na reconstrução, os comerciantes e moradores de Cachoeirinha enfrentam o desafio de reerguer seus negócios e vidas, mantendo a esperança e a determinação para superar esta difícil fase.