Moradores cobram explicações sobre o corte das árvores nas Praças Dom Feliciano e da Bíblia no centro de Gravataí para a construção da Rua Coberta.
Após fotos feitas por drone do coletivo “Mato do Julio” viralizarem nas redes sociais, onde mostram as Praças Dom Feliciano e da Bíblia no centro de Gravataí, transformadas em canteiro de obras para a construção da Rua Coberta, moradores do entorno cobraram explicações sobre a quantidade de árvores que foram retiradas para a realização da obra.
A professora Ivana Ourique moradora do entorno, lamentou a situação, já que cresceu tendo acesso às praças.
“Eu cresci dentro deste espaço, então foi como se tirassem as árvores da minha casa, me doeu muito” lamenta.
Além disso, a educadora foi uma das pioneiras do Projeto Natureza, do Instituto Lutzemberguer, ao abordar os temas ambientais nas escolas estaduais de Gravataí, Cachoeirinha e Viamão, foi ela também quem alertou o Ministério Público sobre a situação das praças.
Manejo das árvores nas Praças do Centro
Segundo secretário da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal (Sema), Diego Moraes, todas as retiradas seguiram um rigoroso estudo, visto que todo empreendimento que chega na cidade e necessite fazer corte de árvores, uma análise junto ao órgão técnico é realizada.
“Nós analisamos o laudo, foi feito esse trabalho, desse local especifico que é ali no centro, nas praças e foi dado a licença ambiental para poder continuar”, afirma.
Em suas redes sociais o vereador Thiago de Leon, compartilhou as imagens e afirmou que solicitará a prefeitura toda a documentação relativa às remoções e verificará se tudo foi realizado dentro da lei.
Em contato com a reportagem sua assessoria de comunicação esclareceu que “o mandato não é contrário à concessão realizada para o projeto Rua Coberta, porém discordamos de alguns processos que estão sendo conduzidos, em nossa avaliação, de forma equivocada pela prefeitura” afirma.
Sobre o Licenciamento
Conforme previsto no licenciamento ambiental cerca de 104 árvores seriam removidas, porém o número exato de extrações ainda não foi divulgado, já que a empresa responsável tem o período da licença, que é de um ano, para entregar o relatório com os dados
Segundo o secretário da Sema Diego Moraes, este número pode ser menor, visto que a secretaria conseguiu junto a empresa responsável o “transplante” de algumas árvores para dentro da Praça.
“Conseguimos junto a empresa que está fazendo a supressão, para fazer alguns transplantes para dentro da praça, e assim diminuir o número de supressões que iriam ser realizadas” explica.
Segundo a assessoria do vereador Thiago de Leon o município erra ao ir contrário ao que se tem pensado para os espaços públicos. “Sobre a derrubada de muitas árvores, acreditamos que o projeto peca ao ir na contramão do que se tem pensado para as saúdes dos espaços urbanos de convivência nas cidades” relata.
E reitera que ao poder legislativo resta a fiscalização do andamento da obra que tem aborrecido parte da população.
“Nosso papel, hoje, é muito mais de fiscalização, já que é um projeto que é tocado com toda a autonomia pelo poder executivo. E, claro, estamos também atentos ao que pensa a população, que está em grande parte insatisfeita com a alteração drástica que está sendo realizada nestes espaços públicos” afirma.
O que é a Rua Coberta?
Considerada uma das principais obras de modernização do projeto chamado “Novo Centro” em Gravataí.
A Rua Coberta prevê uma série de mudanças no centro da cidade, o projeto arquitetônico será criado entre as praças da Bíblia e Dom Feliciano, que serão totalmente revitalizadas.
A Rua Coberta terá espaço para cerca de 30 empreendimentos gastronômicos e comerciais, além de um palco multiuso e área para lazer.
Alem disso, o espaço contará com quadra poliesportiva, playground, espaço para shows e eventos e ciclofaixa.
Na mesma área serão revitalizados os pontos de táxi, criadas novas vagas de estacionamento e construídos novos banheiros públicos.