A criação de um grupo de trabalho que terá a missão de criar oportunidades dentro das empresas e preparar medidas de acolhimento às mulheres vítimas de violência doméstica foi anunciado durante o Tá na Mesa da Federasul, no dia 17 de maio. Neste dia foi debatido a temática “Violência contra Mulher. Quando o empreendedorismo liberta”, que contou com a participação de diversas autoridades. O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa adiantou que o grupo será formado por diretores e gerentes de RH vinculados à entidade.
A juíza titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher de Porto Alegre, Madgéli Frantz Machado detalhou um levantamento realizado esse ano que identificou que 33,4% das mulheres brasileiras com mais de 16 anos sofreram alguma violência física e/ou sexual por parte de seus parceiros íntimos ou ex-companheiros. No Rio Grande do Sul, conforme Madgéli Frantz Machado, o mapa do feminicídio apontou que em 2022 houve um aumento de 13,5% em relação ao ano anterior. Ela acrescentou que 79,8% dessas mulheres estavam sem medida protetiva vigente na data do crime e 50,5% dos casos não tinham registro de ocorrência anterior ao fato.
A juíza acredita que investir no empreendedorismo feminino é uma excelente estratégia de prevenção e combate à violência doméstica já que a relação de dependência financeira faz com que muitas mulheres se neguem a denunciar seus agressores. “No Brasil, o empreendedorismo pode representar a porta de saída da violência doméstica enfrentada por muitas mulheres. Uma pesquisa aponta que 48% das entrevistadas conseguiram terminar relacionamentos abusivos e até violentos ao abrirem a própria empresa”, ponderou.
Fonte: Federasul
Foto: Rosi Boni