A gripe H1N1, ou influenza A, é uma ameaça com a chegada do frio. O período de incubação da doença varia de 3 a 5 dias e a transmissão pode ocorrer antes de aparecerem os sintomas. Ela se dá pelo contato direto com objetos contaminados e de pessoa para pessoa, por via aérea ou por meio de partículas de saliva e de secreções das vias respiratórias.
O infectologista Fernando Bergel Lipp, explica que o outono e o inverno correspondem aos períodos do ano em que as doenças de transmissão por via aérea se tornam um problema ainda mais frequente. “Notadamente essa é uma época em que a gripe (infecção causada especificamente pelo vírus Influenza) aparece mais, esse vírus apresenta uma alta taxa de mutação, que é uma capacidade de se modificar e, com isso, não ser reconhecido pelo sistema imunológico, motivo pelo qual existe a necessidade de renovação da vacina a cada ano”, explica.
Os sintomas da gripe H1N1 são semelhantes aos causados pelos vírus de outras gripes. No entanto, cuidados especiais devem ser tomados se a pessoa apresentar febre alta acima de 38, 39 graus, de início repentino, dor muscular, de cabeça, de garganta e nas articulações, irritação nos olhos, tosse, coriza e cansaço. Em alguns casos, também podem ocorrer vômitos e diarreia.
Segundo o especialista, no caso de sintomas compatíveis com a gripe como febre, tosse, coriza, dores musculares e dores articulares, é imprescindível a procura por assistência médica e avaliação, para o uso do medicamento específico chamado Oseltamivir.
Transmissão
Conforme Lipp, a transmissão do vírus da gripe ocorre através de gotículas (pequenas partículas de secreção expelidas através da boca e nariz e com as quais as pessoas expostas se contaminam). Em função disso, além da vacina anual, as medidas preventivas mais eficazes são os cuidados com tais gotículas. “Para os transmissores, vale cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar usando máscara, lenço ou mesmo a mão, para os expostos, é necessário evitar contato físico com superfícies que podem estar contaminadas com as gotículas, para ambos, a medida mais importante é a lavagem de mãos ou uso de álcool gel”, conclui.
Dr. Fernando lembra ainda que além da gripe, no período em questão, também se observa o aumento da frequência dos resfriados. “O quadro do resfriado é uma infecção das vias aéreas superiores (nariz e garganta) que não costuma se acompanhar de sintomas tão severos quanto a gripe (febre e dores pelo corpo), sendo ocasionado por diversos tipos de vírus diferentes do vírus Influenza. Não existe tratamento específico para os resfriados e as medidas de precauções são as mesmas descritas para a gripe”, finaliza.
Vacina
A vacina contra a influenza tipo A é feita com o vírus (H1N1) da doença inativo e fracionado. Os efeitos colaterais são insignificantes se comparados com os benefícios que pode trazer na prevenção de uma doença sujeita a complicações graves em muitos casos.
O inverno está aí e requer que você se proteja e se cuide da H1N1. Para proteger-se contra a infecção ou evitar a transmissão do vírus, siga estas dicas:
– Evite a automedicação. O uso dos remédios sem orientação médica pode aumentar a resistência da doença e agravá-la pela demora no tratamento adequado.
– Lave frequentemente as mãos com bastante água e sabão ou desinfete-as com produtos à base de álcool.
– Jogue fora os lenços descartáveis usados para cobrir a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar.
– Evite aglomerações e o contato com pessoas doentes.
– Não leve as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter tocado em objetos de uso coletivo.
– Não compartilhe copos, talheres ou objetos de uso pessoal.
– Procure assistência médica se surgirem sintomas mais acentuados.
Texto por Rita Trindade | foto Divulgação