Dias cansativos, noites agitadas. As consequências não demoram a aparecer: cansaço, fadiga, irritabilidade e até lapsos de memória. O sono é essencial para a vida e a base de muitas funções fisiológicas do organismo, tais como a reparação de tecidos, crescimento, dentre outros. Especialistas, inclusive, recomendam um sono tranquilo de, no mínimo, oito horas ininterruptas. Ela será a garantia de um dia produtivo e eficaz para a saúde e bem-estar.
Mas nem todo mundo consegue dormir bem. As causas da chamada ‘insônia’ podem estar relacionadas aos hábitos alimentares, sedentarismo e até o uso de colchões e travesseiros de forma inadequada. A posição em que você deita também pode estar sobrecarregando a coluna, causando dores musculares e na cabeça.
De acordo com a fisioterapeuta Aline Montiel, a posição mais apropriada para dormir é em decúbito lateral (de lado), com os joelhos um pouco flexionados, utilizando um travesseiro entre as pernas e outro para apoiar a cabeça. “Esta posição favorece a respiração, conforto e um alinhamento vertebral mais adequado evitando lesões na coluna”, detalha.
Se mexer durante a noite, contudo, é normal e provável, porque o corpo humano não foi projetado para ficar parado e dormindo. Até mesmo involuntariamente, é recorrente trocar de posição. A posição de lado pode ser trocada da mesma forma para o outro lado, onde dá um bom conforto. Outra opção é em decúbito dorsal (barriga para cima) com joelhos sobre um triângulo ou almofada grande e sem travesseiro na cabeça. A pior, mas que poderá ser melhorada um pouco é em decúbito ventral (barriga para baixo) sem travesseiro na cabeça e um na barriga, nesse caso, se o indivíduo tiver um aumento da curvatura lombar (hiperlordose).
O colchão é também importante para a garantia de uma noite de sono tranquila. Para a fisioterapeuta, o ideal seria a aquisição de um produto ortopédico, desde que respeite a densidade corporal de cada pessoa (proporção entre peso e altura). O mais indicado é que não seja nem duro, nem muito macio, mas o suficiente para moldar as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral. Outros fatores também devem ser levados em consideração como as características individuais, inclusive quando tratar-se de casais com disparidade de peso, e o prazo de validade do colchão.
Um colchão de qualidade auxilia no sono, mas é o conforto do apoio da cabeça que complementa a posição de dormir. O travesseiro tem a função de deixar a cabeça, o pescoço e a coluna confortáveis durante o sono e deve ser trocado a cada seis meses, quando chega a acumular cerca de 300 mil ácaros. Fabricados em material fofo, fibroso, porosos, os travesseiros vencidos têm maior possibilidade de desencadear crises respiratórias favorecendo as bronquites, asma, rinite e outras doenças respiratórias. O apoio para a cabeça também é encontrado em material de látex, que pode ser lavado e é mais indicado para pessoas alérgicas, pois evitam o acúmulo de bactérias e fungos. Os travesseiros de pena de ganso, no entanto, devem ser evitados por pessoas alérgicas.
Distúrbios do sono e sedentarismo são dificultadores
Algumas doenças, como os chamados distúrbios do sono, incluindo a apneia noturna e as doenças respiratórias, dificultam o sono. Mas o que poucos sabem é que são tratáveis com técnicas de fisioterapia respiratória e relaxamento. Segundo Aline Montiel a acupuntura é outra alternativa e tem garantido ótimos resultados para quem sofre de insônia.
Outra dica da fisioterapeuta é estabelecer horários, rotina regular, condições ambientais, prática regular de atividade física e bons hábitos que favoreçam uma boa noite de sono e um bom desempenho durante o dia. É comprovado cientificamente que indivíduos que praticam exercícios físicos regularmente dormem melhor e se sentem menos cansadas durante o dia. Os exercícios mais indicados são aqueles que promovem o relaxamento. “Deve-se evitar exercícios à noite, realizar uma refeição leve e não consumir cafeína. É importante, ainda, investigar a causa da insônia, podendo ser ela provocada por distúrbios de ansiedade, estresse, medicações e algumas patologias”, frisa Aline.