Recente levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou que a safra do próximo ano deve ser 2,5% maior do que a produção agrícola esperada para 2014. A previsão é que 2015 tenha uma produção de 198,3 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas.
Entre as principais lavouras da próxima safra de verão, a expectativa é que haja crescimento da soja (9%), do arroz em casca (1,4%) e milho 1ª safra (0,3%). Também é esperado crescimento nas primeiras safras de feijão (11%) e de amendoim em casca (10,7%). Dessas primeiras lavouras, apenas o algodão herbáceo deverá ter queda na produção (-8%).
O aumento de 2,5% esperado para 2015 deve-se, segundo o IBGE, aos aumentos de 1,5% na área plantada de soja e de 7,2% no rendimento médio esperado para a safra do grão, totalizando 7,7 milhões de toneladas a mais que na safra de 2014.
Já a safra deste ano deve fechar com aumento de 2,8% em relação à produção de 2013, de acordo com o levantamento do IBGE. É esperado que o ano feche com uma produção de 193,5 milhões de toneladas.
Os principais ganhos da safra de 2014 vieram das lavouras de soja (5,6%), arroz (3,4%) e milho (2,7%). Dezesseis dos 26 principais produtos analisados pelo IBGE devem fechar o ano com alta.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também divulgou sua expectativa para a produção de grãos na safra 2014/15, que deve alcançar de 194,4 milhões a 200 milhões de toneladas. No relatório anterior, a Conab projetava 194,7 milhões de toneladas.
A cultura da soja continua apresentando crescimento na produção, mesmo com o quadro internacional de superoferta de grãos. A expectativa é de aumento de 3,7% a 6,5% neste ano, entre 3,22 milhões a 5,62 milhões de toneladas a mais. Ao todo, a safra de soja do Brasil está estimada em um recorde entre 89,34 milhões e 91,74 milhões de toneladas para a nova temporada 2014/15. A Conab também reduziu a expectativa de safra de trigo em 2014 para 7,01 milhões de toneladas, ante 7,67 milhões de toneladas do relatório anterior.
Fatores climáticos
O efeito da seca no norte da região Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste impactaram no desempenho do plantio da safra 2014/15, conforme o balanço da Conab. De modo geral, “o atraso se deu entre 5% e 12% da área plantada”, disse o diretor de Política Agrícola e Informações da estatal, João Marcelo Intini.
Já o excesso de chuva no Rio Grande do Sul prejudicou a colheita e qualidade do trigo do Estado, o que deve levar a uma “pequena importação” para compensar a produção abaixo da esperada. “Aparentemente há uma forte redução do volume de trigo que era esperado”, disse, indicando que a quebra da safra gaúcha pode chegar a 35% do volume esperado.