Por Carlos Panni – Médico e escritor
Algumas leis da física têm intrigado as mentes mais esclarecidas.
O filme “Ponto de Mutação” apesar de não ser tão atual, nos coloca numa situação instigante: não somos nada e somos tudo, em tudo influímos e de tudo somos dependentes.
O conceito do “Efeito Borboletas” defendido pelo matemático americano Edward Lorenz em 1963, em sua “teoria do Caos”, se expressa numa frase simbólica ou nem tão simbólica assim:
“Uma coisa tão simples quanto o bater de asas de uma borboleta, pode causar um tufão do outro lado do mundo.”
Hoje, no entanto, é tida como uma das leis mais importantes do universo. A idéia principal é que uma pequena e, a primeira vista, insignificante mudança no início de um evento pode trazer grandes e imprevisíveis mudanças no futuro.
Conforme o “Efeito Borboleta”, o “Ponto de Mutação” e a Teoria dos Sistemas, todos, como indivíduos e como humanidade, estamos unidos, inseridos e partícipes ativos nesta “Complexa e Indivisível Teia” chamada UNIVERSO.
Talvez pudéssemos comparar o cosmos como uma incomensurável fórmula química polidimensional, onde átomos de todos os elementos se interligam e interagem, formando as mais diversas substâncias (seres) distintas que continuam, indefinidamente, interligadas e interagindo.
À primeira vista fantasioso, este conceito (talvez futuro paradigma) nos coloca numa pouco cômoda situação da qual, em suma, somos muito pouco indivíduos independentes do que e de quem quer que seja. No entanto, nos faz entender o quanto ele nos torna responsáveis e nos induz a pensarmos e repensarmos nossa participação nos destinos do universo e, assim, nos preocuparmos com o rufar das asas de uma borboleta no Tibet, com a radiação de Chernobyl ou com a pedra que despenca do “Canyon” do Itaimbezinho.
Se estamos, como pessoa, como sociedade e como humanidade, surpresos e preocupados com as repercussões inimagináveis do avanço das redes sociais na internet, precisamos olhar atentamente para as dimensões infinitamente maiores das redes indissolúveis que nos insere no todo e no uno universal.
Podemos nos sentir invadidos, diluídos e ínfimos como indivíduos, mas crescemos incomensuravelmente como parte integrante, viva, ativa e co-responsável por qualquer e por todas as “brisas e tempestades” da galáxia. Somos, enfim, parte do todo e, ao mesmo tempo – somos o tudo!
Este “Ponto de Mutação” começa por nos instigar a buscarmos um novo conceito do “quem sou eu?”, “por que sou eu?” e “para que sou eu?”, já que, a princípio, não há causa sem efeito e nada nem ninguém existe por acaso.
Assim, pode-se dizer que, não só não somos uma ilha como, de fato, somos todos um único continente de limites, até então, incalculáveis.
Nós vemos, enfim, num complexo e emaranhado – Macro Sistema – constituído de uma infinidade de sistemas e subsistemas orgânicos, inorgânicos, físicos, químicos, políticos, sociais, religiosos… numa convivência de constante interação e co-responsabilidade.
Já que deste megalo sistema não podemos sair, que sejamos, então, ávidos consumidores e fornecedores da mais salutar energia – e que convivamos em harmonia com tudo e com todos, partes da mesma estrutura cósmica – que se estende para muito além da mais fértil imaginação!