Carlos Panni – Médico e escritor
Até bem pouco diziam que o universo era infinito. Hoje os astrônomos afirmam que ele tem fim. Navegadores e enamorados costumavam e costumam olhar as estrelas; aqueles, para se guiarem em noites escuras, estes, para devanearem nos braços da pessoa amada.
Há quem, acabrunhado pelo peso dos problemas, compromissos ou depressão, nem consiga elevar os olhos para contemplar o pôr do sol, a lua ou as estrelas.
Da mesma forma, este também é o universo de cada um: infinito, de amplos horizontes, orientado e envolvente ou restrito a uma noite escura, entre o pesadelo e o sonambulismo, sem rumo, sem porto, sem razão…
Este é o nosso grande desafio: – olhar para frente e para o alto. Mas isto não é novidade. Qualquer livro de autoajuda dirá o mesmo, com mais detalhes e maior propriedade. O que interessa, então?
Bem, ler e reler livros, revistas e outros meios são passos importantes para encontrar caminhos ou telescópios, mas não basta: é preciso, após o olhar atento para frente e para o alto, pegar a bagagem, colocá-la às costas e iniciar a caminhada. Basta? Também não! Antes é preciso retirar das malas e mochilas o que antes nos impedia de ver e de caminhar. Jogar fora os medos, as fraquezas, os traumas, as incertezas, as vendas e os grilhões… Por fim, enchê-las de novos conceitos, paradigmas, objetivos e sonhos.
Se não mudarmos os conteúdos que nos fazem vergar e olhar para baixo, a caminhada será curta, como talvez já tenha sido em muitas outras situações.
O pensamento, (origem de tudo) gera sentimento e eles dão motivação para a ação.
Primeiro modificar o conceito de si mesmo (autoestima e autoconfiança – eu posso, eu mereço) e daquilo que queremos (o que eu quero, vale à pena?) para que tenhamos força e persistência para alcançar os objetivos.
Na verdade, os limites do nosso universo interior nós mesmos os estabelecemos.
É bom lembrar a intrigante e instigante pergunta do grande livro “Quem mexeu no meu queijo”:
– “O que eu faria se não tivesse medo?”