| Fabiano Riffatti
Fotógrafo
Com a popularização da fotografia e do vídeo, o grande desafio é entender qual tipo de imagem causará impacto no leitor, levará algum conteúdo ou mensagem, disparando gatilhos mentais e/ou sendo lembrada mesmo depois da sua visualização.
O fotógrafo precisa, antes de tudo, entender que uma imagem pode ser bonita e ao mesmo tempo vazia. Ou simples, mas cheia de significados. Uma imagem pode conter uma ou mais mensagens na sua composição e o fotógrafo precisa antecipar a forma como ela vai ser lida e interpretada pelo seu espectador/leitor. Sim, ao olhar uma imagem não somos meros observadores, mas leitores.
Culturas diferentes têm formas de leituras diversificadas, mas via de regra, a leitura ocidental é a predominante baseada nas linguagens não verbais. E esse modelo de leitura funciona da seguinte forma: iniciamos a visualização da imagem da esquerda superior para a direita inferior. Passando assim os olhos por toda a imagem em um movimento intuitivo e condicionado. Durante esta leitura alguns fatores vão influenciar o movimento dos nossos olhos, forma como a imagem foi composta, como os elementos estão dispostos, se o assunto é interessante e está em um ponto destacado da imagem ou se existem linhas condutoras que guiarão o olhar do leitor para o tema. Na soma de tudo isto: A mensagem que está sendo passada.
Os gatilhos mentais são a chave da publicidade, do marketing, da valorização de um trabalho de imagem. Seja fotográfico, seja em vídeo, desenho ou design. Entender como harmonizar tudo isto é o segredo para criar imagens de impacto, é o segredo para comunicar o que queremos.
Mas dominar tudo isto não basta, o profissional tem que entender que cada negócio possui um nicho com uma comunicação própria, que cada empresa tem uma característica específica e que é imprescindível conhecer a proposta e o objetivo de cada cliente e só então moldar suas imagens da forma que melhor comunique ao publico alvo.
O cliente também tem papel fundamental no resultado do trabalho. Não é raro clientes procurarem profissionais de imagens (fotógrafos, videomakers, designer, etc…) com orçamentos pequenos e prazos apertados que não oportunizam uma reunião adequada, uma criação melhor ou mesmo um pós trabalho dedicado.
Não existe uma câmera profissional, mas um profissional atrás de uma câmera.
Uma das frases mais ouvidas pelo fotografo é: “São só umas fotinhos.”
Nunca são “só umas fotinhos”. Nunca é “só um trabalhinho”.
Recentemente, precisava de uma foto do gerente da unidade do Sicredi Cachoeirinha. Em uma das salas administrativas do banco, percebi que havia uma frase na parede e meu instinto disparou.
Na parede havia uma frase que resumia claramente a missão do banco: “Transformamos atendimento em relacionamento.” Lá estava o que eu precisava para agregar uma mensagem clara e fortíssima à foto do gerente do banco. Somando a mensagem a uma atitude simpática, um sorriso acolhedor, uma postura de confiabilidade eu pude construir uma foto de um gerente de unidade que resume toda a postura de uma instituição.
Pequenos detalhes podem fazer uma grande diferença em fotos simples. Uma mensagem subliminar colocada estrategicamente em uma foto pode transmitir muito sobre uma instituição, serviço ou produto. Um sorriso acolhedor pode ser o convite que faltava para alguém querer conhecer seu atendimento. E um profissional que consiga entender e traduzir tudo isto para o seu negócio em forma de imagem, podem fazer a diferença na percepção que sua empresa, seu negócio ou você mesmo tenha com seu público.
Mas lembre-se: Nem toda foto é boa ou tem significado.
E nunca “são apenas umas fotinhos”.