Dr. Ricardo Lodeiro – cirurgião plástico
Existem vários tipos de “sinais de pele”, todos chamados de tumores. Dividem-se de uma forma geral entre benignos e malignos. Entre os benignos, encontramos lesões superficiais (como as ceratoses), que podem ser tratadas com “raspagens”, cauterizações ou técnicas similares, sem que gerem qualquer marca residual. E existem os tumores benignos mais profundos, como os nevus, cuja cor pode ser escura até mesmo mais clara que a pele da pessoa. Esses necessitam ser retirados de forma mais profunda para sua extinção (o que deixará algum tipo de marca na pela). Essas lesões, se cauterizadas, impedem que seja dado um diagnóstico definitivo sobre sua origem – e a retirada por cauterização, para que seja completa, também deixará marcas.
Dentre os tumores malignos, existem os de baixo risco, como o carcinoma basocelular e os de alto risco, como o melanoma. Esse último tem sua gravidade ligada à profundidade em que se encontra, portanto seu reconhecimento e retirada precoces são as únicas formas de tratamento aceitáveis e seguras.
Há, na cultura popular, uma impressão de que o câncer de pele seria um bicho dormindo que não está fazendo mal e se mexermos nele, ficará bravo e nos atacará. Esse pensamento acaba levando pessoas à morte, pois não há nada de dorminhoco em um câncer que está sempre em crescimento.
Se pessoas vieram a falecer após a cirurgia para retirar o câncer, isso se deve à cirurgia que foi realizada tarde porque o médico não foi procurado a tempo (algumas vezes porque o paciente não quis, às vezes porque o câncer não se deixou perceber a tempo).
Os outros cânceres (tumores malignos) de pele em geral têm um comportamento menos agressivo e velocidade de crescimento mais lenta.
Para o Melanoma existe um A-B-C-D que nos ajuda identificar mais cedo a lesão.
A – Assimetria (formato irregular, não apenas arredondada)
B – Bordos irregulares, como se fossem denteados ou um borramento (como gota de tinta em papel poroso)
C – Cor: alterações de cor (clareamento ou escurecimento) ou várias cores na mesma lesão
D – Diâmetro maior que 0,5 cm
Além desses, ainda temos: sangramentos, lesões em locais de atrito ou trauma constante, lesões embaixo das unhas, e outras. Para os outros tipos de câncer de pele, deve-se observar uma característica muito frequente: uma ferida que vai e vem, descama-se, parece que cura e retorna. Com o tempo, vira uma ferida que não cicatriza.
Os procedimentos de retirada podem ir da simples cauterização por congelamento até cirurgias muito complexas, com reconstruções em várias fases. A natureza das lesões, a precocidade da descoberta e o encaminhamento rápido ao recurso definitivo possibilitam melhores resultados e muitas vezes a cura.
É fundamental a busca por tais lesões por quem possui pleno conhecimento das doenças de pele: os dermatologistas. O encaminhamento ao cirurgião ocorre de forma natural e técnica.