Texto por Kamyla Jardim | fotos divulgação
O verão de 2014 está sendo o mais quente dos últimos anos. Tem dias que, se já é extremamente complicado para nós, adultos, para os pequenos então se torna impossível! Para completar, é comum que apareçam, junto com o calor, algumas doenças e problemas típicos dessa época.
Para evitar que surpresas desagradáveis possam estragar o período de férias e diversão das crianças, a revista Mais Matéria traz as principais doenças de verão com dicas para evitar e tratar cada uma delas.
• Gastroenterite: como, no verão e nas férias, passamos mais tempo fora de casa, acabamos oferecendo para as crianças alimentos dos quais não temos 100% de certeza sobre a sua procedência. Assim, muitas vezes, eles ingerem alimentos mal lavados e até água contaminada (que é usada no preparo de sucos, por exemplo) e isso costuma levar a gastroenterite a qual, por sua vez, causa vômito, diarreia e desidratação. Para evitar a gastroenterite, a dica é sempre oferecer água potável (mineral, filtrada ou fervida) e alimentos leves e muito bem lavados (ou de procedência segura). Ainda, evitar, a todo custo, oferecer alimentos fritos que são vendidos na beira da praia, como salgadinhos, camarão e peixe.
• Insolação: é resultado do excesso de exposição ao sol atrelado à baixa ingestão de líquidos. Os seus sintomas são mal estar, dor de cabeça, náusea e tontura. Para evitá-la, o ideal é só levar para praia e piscina crianças com mais de seis meses, apenas nos horários em que o sol não está tão forte (antes das 10h e após as 16h), usar protetor solar adequado para crianças e oferecer líquido em abundância. Ainda, mesmo que a criança esteja no sol nos horários adequados, ela não pode ficar todo o tempo exposta a ele. É importante que se faça pausas na brincadeira para ela descansar à sombra e tomar líquido.
• Impetigo: o impetigo são uns pontos ou pequenas manchas vermelhas na pele que podem apresentar pequenas bolhas com líquido, que desenvolverão uma casca amarela. Ele surge por um desequilíbrio das bactérias que existem naturalmente na pele e podem ser causados por picadas de inseto ou outros pequenos machucados (assaduras fortes, que levam a pequenas fissuras, são grandes causadoras). Para tratar o problema, é necessária a orientação de um médico, pois envolve o uso de medicamentos. A erupção é extremamente contagiosa. Para evitar a reincidência do problema, é muito importante a higiene do local e das roupas que a criança usa.
• Micose: a micose é uma infecção causada por fungos e a sua principal causa é o excesso de umidade. Ela causa coceira e lesões de dois tipos: manchas esbranquiçadas ou acastanhadas ou manchas vermelhas, descamativas e arredondadas. Para evitar o aparecimento de micose, bebês e crianças devem ter suas roupas de banho trocadas toda vez que saírem da água. Ou seja, o ideal é a criança, quando fora da água, estar sempre com roupas secas.
• Conjuntivite: a conjuntivite pode ser de quatro tipos – viral (quando associada à gripe), causada por infecção bacteriana, alérgica ou causada por queimadura solar. Para identificar se é o último caso, basta puxar as pálpebras e verificar se há uma linha esbranquiçada na área vermelha. Em qualquer um dos casos, o problema deixa os olhos inflamados, vermelhos e, às vezes, liberando pus. O tratamento deve ser indicado por um médico, que irá identificar o causador do problema.
• Otite: a otite é causada por fungo ou bactéria e, no verão, um dos principais motivos do seu aparecimento é a criança passar muito tempo em contato com água, no mar, piscina, lago ou outros locais. Ela causa um zumbido no ouvido e também dor intensa. O tratamento deve ser indicado por um médico.
• Picadas de insetos: no verão, os insetos costumam se proliferar e, quando picam crianças, podem levar a pequenas alergias. Para evitar o problema, o ideal é usar telas nas janelas e usar repelente indicado para crianças. Caso a picada inflame, aí devem ser aplicados medicamentos de uso tópico, por indicação do pediatra. Em alguns casos, crianças alérgicas têm uma reação exagerada à picada e podem ter, inclusive, choque anafilático. Nesses casos, o indicado é procurar um médico com urgência.
• Dengue: em alguns locais do Brasil, a dengue é uma das doenças de verão mais comuns em crianças. Seus sintomas são: febre alta, dores de cabeça, dor nos músculos e nas articulações, perda de apetite, náuseas e manchas vermelhas por todo o corpo, acompanhadas de coceiras. Como os sintomas são semelhantes a uma forte gripe, tome muito cuidado antes de medicar seu filho, pois medicamentos à base de ácido acetilsalicílico não são indicados. O ideal é você procurar um médico para identificar e tratar corretamente o problema.
• Roséola: a Roséola é uma doença mais comum na primavera do que no verão, mas também tem incidência nessa época. Ela causa febre e manchas vermelhas na pele e costuma atingir crianças de seis a 36 meses. Primeiro aparece febre, que dura em torno de três dias, e depois vêm as manchas que costuma acontecer no segundo dia. Ela é uma doença infecto-contagiosa, que passa de criança para criança, e que não possui vacina. Quando identificados os sintomas, um médico deverá ser contatado, mas todas as crianças devem ser tratadas com descanso e muita ingestão de líquidos.
• Bicho – Geográfico: Causado pela penetração na pele da larva de um parasita presente no intestino de cães e gatos. Ela percorre um caminho na pele deixando um rastro, o que deu origem a seu apelido. Normalmente é pego na areia, mesmo que as fezes já tenham sido retiradas. Os sintomas são coceira e um traçado saliente e avermelhado na pele. Atinge a planta dos pés e também mãos e braços. Para prevenir, evite contato com areia principalmente se notar a presença de animais
• Bicho de Pé: É uma pulga que se aloja na pele desenvolvendo uma bolha com ponto escuro no meio, normalmente no pé, e coça bastante. Para prevenir use calçados em locais onde há criação de animais. O inseto pode ser retirado com a ajuda de uma agulha esterilizada. Porém é importante buscar um profissional especializado, pois a retirada incorreta pode trazer infecções.
Dicas para evitar as principais doenças e problemas de verão:
• Não exponha a criança ao sol forte e por longos períodos de tempo (sol só nos horários seguros e com intervalos na sombra)
• Use sempre protetor solar (em crianças acima de seis meses)
• Ofereça muito líquido
• Ofereça sempre água potável ou utilize água potável no preparo de sucos naturais
• Lave bem os alimentos antes de dar para as crianças
• Ofereça alimentos de origem segura
• Ofereça alimentos leves e evite frituras e alimentos crus
• Não deixe a criança com roupas úmidas
• Não deixe a criança ficar por longos períodos de tempo dentro da água
• Evite locais fechados e abafados
Pergunta da leitora Denise Lazzari respondida pelo médico pediatra Tiago Jeronimo dos Santos
Criança passa micose para outras crianças se entrar na piscina?
As micoses observadas nos períodos mais quentes do ano, quando ficamos mais sujeitos a entrar em piscinas, são conhecidas como “tinhas”, ou micose de pele. Nessa época do ano são frequentes as tinhas do pé, conhecidas como “pé de atleta” ou “frieira” e tinha da virilha (tinha crural). As tinhas podem estar na água da piscina não clorada ou em poças d’àgua fora da piscina e nos vestiários, lugares que em contato com a pele do indivíduo pode ocasionar a lesão avermelhada e pruriginosa. Em geral, para que a infecção ocorra, o indivíduo deve permanecer longo período com áreas úmidas no corpo, por exemplo, de maiô, biquíni ou calções de banho molhados, ou não secar adequadamente os pés e as áreas de atritos do corpo. O fungo apenas se estabelece se essas áreas ficarem úmidas por um longo período.
Se entrar na piscina com micose o quadro piora?
Sim, pode piorar, pois a área exposta fica constantemente úmida, mantendo o quadro infeccioso. É adequado que se inicie o tratamento recomendado por seu pediatra ou dermatologista assim que surgirem os primeiros sintomas, e evitar a exposição na água por muito tempo ou manter-se úmido após sair da água.