| Rosane Castro
Escritora e Narradora de Histórias
Lancei a pergunta na minha rede social no mesmo dia em que escrevi este texto. Na verdade, o texto surgiu a partir da pergunta e de toda reflexão que esta trouxe. Somos seres sociáveis, que nos unimos em grupos com um propósito: sermos felizes.
É comum, em uma roda de amigos, falarmos sobre nossas alegrias, tristezas, conquistas, perdas, afetos e desafetos. Algumas pessoas não conseguem se expressar com facilidade. Por vezes, recorrem a psicanalistas, terapeutas ou grupos religiosos, para falarem sobre suas vidas. Mas, em algum momento, a necessidade de compartilhar nossas aflições e bem-aventuranças se faz necessária, então recorremos.
Como narradora de histórias e leitora de livros, principalmente os de Literatura infantil, busco contar histórias que me possibilitam algum ensinamento. Não escolho uma história doutrinadora ou que, no final, tenha uma moral evidente, que me faz repensar meus conceitos e atitudes. Nada disso. Refiro-me às histórias que me ensinam, sobretudo, a olhar para a vida com mais amorosidade.
Percebi nas mais de 200 respostas que a maioria das pessoas fica feliz com a felicidade alheia. São altruístas. Estar com a família, ajudar alguém, saúde para si e para os seus, viagens e leituras compartilhadas, foram as mais citadas.
Não esperava tantas respostas em tão pouco tempo. Isso me fez refletir sobre o quanto precisamos ser instigados a falar sobre nossos pensamentos e sentimentos. Para os que não gostam muito de falar, tenho uma sugestão: ler literatura.
A literatura nos apresenta uma infinidade de perspectivas sobre a vida e se constitui em grande compiladora de personagens reais em um universo fictício, ou vice-e-versa. É como se nos olhássemos em um espelho e pudéssemos enxergar um pouco da própria vida nas linhas de um bom texto.
Lógico que a literatura vai além do reflexo da própria vida. Ela é terapêutica. Curadora. Age como remédio homeopático. Sem restrições de uso. E, por fim, é uma excelente companheira para todos os momentos. Descobrir o prazer de uma leitura agradável nos permite desenvolver nossa sensibilidade para sentimentos mais humanizadores. A literatura não nos completa, ela nos transborda.
O que me deixa feliz neste momento? Ler e escrever para você.