Texto por Kamyla Jardim | Fotos divulgação
Com recursos tecnológicos de ponta que não param de evoluir, as pesquisas científicas determinam uma evolução sem precedentes da medicina e garantem avanços significativos a favor da saúde. Para 2014, as novidades ligadas a esta área estão bem favoráveis e trazem facilidades para os brasileiros. Confira:
Investimento em pesquisas
O Ministério da Saúde brasileiro assinou parceria com a instituição britânica líder no mundo em pesquisas que avaliam tecnologias de saúde. O National Institute for Clinical Excellence (Nice), agência autônoma do Ministério da Saúde britânico, vai desenvolver com o órgão brasileiro um programa para avaliar tecnologias em saúde importantes para a assistência pública dos dois países.
Ambos têm sistema universal gratuito de atendimento à saúde da população. Brasil e Reino Unido vão trocar conhecimentos e competências para utilizar cada vez mais a ciência e tecnologia no SUS em prol do acesso universal.
Durante o encontro foi anunciado o investimento de R$ 47,1 milhões em 75 novos projetos de pesquisa. Os estudos vão abordar a construção de Rede Nacional de Pesquisa sobre Políticas de Saúde e o fortalecimento da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde, além de desenvolvimento de novas terapias e melhoria no atendimento de doenças endócrinas e metabólicas.
Investimento na imunização
O Ministério da Saúde aplicará R$ 36 milhões para custear empreendimentos de edificação, aumento e reestruturação do parque tecnológico da Rede de Frio do país. A Rede de Frio ou Cadeia de Frio é o processo de armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e transporte dos imunobiológicos do Programa Nacional de Imunizações.
De acordo com o Portal da Saúde, nos últimos quatro anos, o Calendário Nacional de vacinação foi aumentado com a inclusão de mais vacinas que são oferecidas aos brasileiros pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para este ano, por exemplo, é aguardada a disponibilidade de mais três vacinas: papilomavírus (HPV), hepatite A e dTpa (tríplice bacteriana acelular) para grávidas.
Com o valor financeiro, poderão ser construídas ou ampliadas as centrais, comprados utensílios permanentes (compartimentos de temperatura mantida artificialmente baixa para armazenamento e conservação) e também adquirido veículo para o deslocamento de imunobiológicos (furgão, picape, caminhão-baú refrigerado e empilhadeira ou aquático).
Prevenção da Aids
Medicamentos antirretrovirais passarão a ser usados no País para prevenir a infecção pelo HIV. A estratégia será testada no Rio Grande do Sul a partir deste ano, com grupos considerados mais vulneráveis, como profissionais do sexo, gays, usuários de drogas e pessoas em situação de rua. Na primeira etapa, serão 100 pessoas voluntárias, mas o número será expandido até o fim do ano.
A ideia é repetir a experiência em outros Estados. A começar pelo Amazonas, onde os níveis de infecção pelo HIV também são bastante preocupantes. Experiências semelhantes já vêm sendo adotadas no País, mas em menor proporção. Os voluntários, todos de grupos considerados de maior risco para a doença, tomam medicamentos todos os dias, na expectativa de, com isso, evitar a infecção pelo HIV. A adesão ao tratamento e o impacto para a saúde do paciente e para saúde pública serão avaliados por pesquisadores.
Antirretrovirais foram desenvolvidos para o tratamento de pacientes com Aids. O remédio diminui de forma significativa a quantidade de vírus circulante no organismo. Seu uso, além de garantir melhor qualidade de vida para o paciente, pode diminuir o risco de infecção, por exemplo, de um parceiro sexual durante uma relação desprotegida. Por isso, ele passou a ser considerado também, um instrumento de prevenção da doença.
É indicado, por exemplo, como uma espécie de pílula do dia seguinte. Em casos de acidente, violência sexual ou relações sem camisinha, doses do remédio são prescritas, para tentar evitar a infecção. O recurso pode ser usado somente até 72 horas após o risco de contágio.
Internet banda larga nas UBS
Serão investidos cerca de R$ 80 milhões por ano para levar internet banda larga a 12.372 unidades básicas de Saúde (UBS). A previsão é que até o fim de 2014 todas as conexões tenham sido implantadas.
Com o acesso à banda larga, as unidades terão maior organização no atendimento, acesso ágil a ferramentas como prontuários eletrônicos, que reúnem todo o histórico de atendimento aos pacientes.
A conexão banda larga também possibilitará acesso mais rápido ao Portal de Saúde do Cidadão, onde são registradas as informações individualizadas sobre internações, atendimentos ambulatoriais de alta complexidade e cirurgias. Esses dados são restritos aos pacientes, que poderão liberá-los aos médicos que os acompanham.
Além disso, as UBS poderão consultar e incluir dados no Sistema de Cadastramentos dos Usuários do Sistema Único de Saúde, possibilitando a emissão do número do Cartão Nacional de Saúde.
Planos de saúde oferecem 87 novas coberturas
Os planos de saúde individuais e coletivos são obrigados a oferecer 87 novos procedimentos a partir de agora. Serão 37 medicamentos orais para o tratamento de câncer e 50 exames, consultas e cirurgias. Isso beneficia diretamente 42,5 milhões de consumidores dos planos de assistência médico-hospitalar e mais de 18 milhões dos planos exclusivamente odontológicos
A principal novidade é a inclusão do tratamento para o câncer em casa, com medicamentos via oral. Devem ser ofertados medicamentos para o tratamento de tumores de grande prevalência entre a população, como estômago, fígado, intestino, rim, testículo, mama, útero e ovário.
A medida evitará que os consumidores tenham de recorrer à Justiça para terem acesso a esses medicamentos, além de desafogar o Sistema Único de Saúde, pois muitos beneficiários de planos acabavam buscando esses remédios no SUS, diante da falta de cobertura dos planos.
As multas previstas para as operadoras que não cumprirem a cobertura obrigatória é de R$ 80 mil. O consumidor pode fazer denúncia ao entrar em contato com o Disque ANS (0800-701-9656) ou comparecer a um dos 12 Núcleos da ANS existentes no Brasil.
Teste de Aids
O teste caseiro para diagnóstico de HIV que começará a ser vendido nas farmácias do Brasil, a partir de fevereiro de 2014 e irá custar R$ 8 ao consumidor. Segundo o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o valor de venda no país é o mais barato no mercado internacional.
O exame, desenvolvido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), é feito com base na análise da saliva coletada pela própria pessoa. Um teste similar é vendido nas farmácias dos Estados Unidos há cerca de dois anos.
De acordo com os especialistas, o teste é completamente eficaz para identificar a presença do vírus da Aids, mas é direcionado exclusivamente para o diagnóstico do HIV, não serve, portanto, para outras DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) ou hepatites virais.
Para realizar o exame, o usuário terá de atender a alguns requisitos, como não ter ingerido álcool no dia anterior, não estar usando batom, entre outros.
Segundo estimativas do Ministério da Saúde, há cerca de 718 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV no país, mas cerca de 150 mil delas ainda não foram diagnosticadas.
Má notícia: Aumenta a incidência de Câncer em 2014
Em 2014, o Brasil deve registrar 576.580 novos casos de câncer, conforme estimativa do Ministério da Saúde. A previsão é de que 52% dos casos sejam registrados entre homens.
O câncer de pele não melanoma será o de maior incidência em ambos os sexos, devendo afetar 182 mil pessoas. Desconsiderando o câncer de pele não melanoma, estima-se que o maior número de casos de câncer nas mulheres será de mama, com 57.120 notificações. Já entre os homens, 68.800 serão relacionados à próstata.
Conforme o levantamento, os casos no cólon e reto devem acometer 15.070 homens e 17.530 mulheres, ficando em terceiro lugar entre eles e segundo entre elas. Já as estimativas para os cânceres de pulmão e estômago são 27 mil e 20 mil novos casos, respectivamente. De acordo com a pesquisa, há tendência de queda dos casos de pulmão nos homens e de colo de útero, nas mulheres. Em 2010, os cálculos apontavam 17.800 novos casos de câncer de pulmão em homens, enquanto a nova previsão é 16.400, para 2014. A previsão para colo de útero era 18.430 novos casos em 2010, sendo a atual é 15.590.
A maioria dos casos deve ser registrada no Sudeste (299.730), seguida pelo Sul (116.330). No Nordeste, a estimativa é 99.060 novos casos; no Centro-Oeste, 41.440 casos; e no Norte, pouco mais de 20 mil.
O surgimento do câncer, segundo o Ministério da Saúde, está diretamente relacionado ao envelhecimento da população, às mudanças na alimentação, à pouca prática de exercícios físicos e ao hábito de fumar. O câncer é a segunda causa de morte no país e no mundo, atrás apenas das doenças cardiovasculares.