| Vanessa Dias
Psicóloga – CRP 07/27.097
Toda a criança sonha e idealiza aquilo que vai ser quando crescer e, não muitas, já com tenra idade dizem que ao crescer serão bombeiro, jogador de futebol, músico ou cozinheiro, são muitas opções disponíveis e a medida que os anos vão passando, muitos daqueles que se diziam definidos vão mudando suas escolhas. Os pais, se divertem com isto, pois é típico da idade, mas com o processo de crescimento a brincadeira vai ficando um pouco mais séria, pois envolve o futuro dos filhos. Das escolhas as realizações ou frustrações. As crianças crescem e aquilo que era uma simples indagação, o que eu vou ser quando crescer, dá lugar ao dilema, o que vou fazer agora que cresci?
Nos meses que antecedem o período pré-vestibular começa a temporada de indecisão dos jovens, não só pelo processo seletivo que irão se submeter, mas, principalmente pela necessidade de escolha da profissão e, em meio a tantos cursos, surge a indecisão. Não é fácil, e, por essa razão necessita de uma investigação que vai muito além de seguir os passos do pai ou da mãe ou ainda de ceder à pressão de alguém importante para o jovem. É um tema complexo para qualquer pessoa, imagine para alguém que deve aos 17, 18 anos de idade buscar uma definição profissional. Além disso, é algo que a pessoa precisará investir grande parte do tempo de sua vida dedicada aos estudos, portanto, não pode ser escolhida na precipitação por uma resposta imediata.
Diversos fatores podem interferir na escolha, entre eles, estão os fatores políticos, econômicos, sociais, educacionais, familiares e psicológicos. Quem atua com jovens nessa área sabe o quanto o fator familiar influencia nesse momento. Conflito entre gerações, há nessa fase uma verdadeira “guerra” psicológica. Em quase todas estas “batalhas” existe essa dificuldade, posto que de um lado estão os pais, com suas idealizações e sonhos para assistir à realização dos filhos e por outro lado, os filhos angustiados com a dificuldade dos pais para ouvirem que suas vocações não estão dentro das expectativas que eles imaginam. Por medo de decepcioná-los ou por sentir dificuldade em dizer não, muitas vezes, os jovens optam pelo que escolheram por eles e acabam se frustrando mais tarde, tornando-se profissionais infelizes em suas carreiras. Existe também, jovens que romantizam uma profissão, tendo dificuldade em reconhecer que talvez, aquela carreira sonhada não condiz com suas habilidades necessárias para realizá-la, e, os pais na tentativa de orientar e precaver acabam gerando desentendimentos e o que se vê acontecer é o adolescente se sentir mais desafiado para realizar tal curso, somente para provar o contrário aos pais, frustrando-se mais tarde.
Atualmente, existem diversas formas para auxiliar diante das conflitivas, como, por exemplo, buscar informações, participar das Feiras de Profissões nas Universidades, investigar na internet, visualizar vídeos, ler a respeito, procurar profissionais para entender como funciona na prática, tanto os pontos favoráveis, quanto os desfavoráveis da profissão são imprescindíveis nesse processo. A Orientação Vocacional tem papel importante neste processo e tem como objetivo possibilitar: autoconhecimento, no qual, o estudante pode perceber suas habilidades, valores, características pessoais, interesses profissionais, exploração do mercado de trabalho e tomada de decisão. Em alguns casos estudantes universitários que continuam indecisos sobre suas escolhas também procuram auxílio. Nesse caso, a reorientação pode ser uma boa alternativa para os acadêmicos que não estão se adaptando no Curso escolhido e no decorrer da carreira profissional para aqueles que não estão conseguindo exercer a Profissão escolhida ao realizar as tarefas exigidas pela mesma diariamente.
No atual processo de Orientação Profissional o Psicólogo atua como facilitador e são utilizados, além de testes, atividades de reflexão, entrevistas, exercícios que são adaptados de acordo com a necessidade de cada estudante, além disso, pode auxiliar na comunicação entre pais e filhos neste momento. Para aqueles que estão passando por essa situação é fundamental que no momento da busca da Carreira/Profissão/Curso o estudante seja curioso, investigue, converse com diversas pessoas, busque algo que faça sentido de acordo com a sua essência, descubra-se, pois, reconhecer potencialidades faz com que as escolhas se tornem mais coerentes.