A empresária Neiva Bilhar se despede da presidência do centro das indústrias de Cachoeirinha, comemorando a conquista de importantes melhorias para o setor empresarial com uma diretoria forte e atuante, garante que todos trabalharam e foram decisivos em todos os aspectos. O CIC hoje é reconhecido pelo seu sistema democrático de gestão e pela sua força.
Você encerra um mandato de quatro anos à frente do Centro das Indústrias de Cachoeirinha. Quais os principais projetos e ações de destaque nessa trajetória?
Minha atuação sempre foi focada em quatro perspectivas: infra-estrutura, associados, produtos e serviços, processos internos, aprendizado e crescimento.
Nestes quatro anos investimos muito na infra-estrutura da entidade. Iniciamos reformando o prédio que antes era ocupado pelo SENAI. Naquele espaço, criamos cinco salas, três para locação, hoje ocupadas pelas empresas Delta Capas e Renove. A Unidade do Projeto Pescar funciona na outra sala, e o último espaço cedemos para instalação do Banco de Alimentos de Cachoeirinha. A vinda de um Posto de Atendimento do HSBC foi outra ação importante para incrementar a infraestrutura do CIC. Além disso, finalizamos o pórtico de entrada da nossa sede, instalando portões automatizados para garantir a segurança do nosso patrimônio.
Focamos também no fomento aos negócios das empresas associadas, participando de todas as edições da ExpoCachoeirinha e da Mercopar nestes anos, com stands coletivos e valores subsidiados às empresas que participaram conosco. Além disso, promovemos duas edições da Rodada de Negócios em conjunto com o SEBRAE. Crescemos muito na capacitação dos colaboradores das empresas associadas, inclusive com seminários na área trabalhista, cafés da manhã com temas atuais buscando o crescimento contínuo. Estamos muito satisfeitos, também, com o resultado da parceria que firmamos com a Matéria Prima, onde os nossos associados foram destaque a cada edição da Revista, sendo muitos, inclusive, matérias de capa.
O modelo de gestão implantado no CIC está sendo referência para outras entidades, pela atuação de cada diretor e o trabalho em equipe, como funciona essa gestão? Esta gestão trabalha o coletivo, sendo a Diretoria segmentada em diversas Coordenações: Infraestrutura, Qualidade/Meio Ambiente, Eventos, Responsabilidade Social, Comunicação, Poder Público e Captação de Associados. Além disso, mantivemos representantes nos Conselhos Consultivos do SENAI e do SESI, no Consepro Conselho Comunitário Pró Segurança Pública, SEBRAE, PGQP, Sindicatos e Comissões Municipais do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Justiça e Segurança, Funrebom e Plano Diretor. Assim, cada membro da Diretoria, trabalhou efetivamente dentro do alcance da sua coordenação, tendo autonomia para desempenho das ações, como também na busca da solução dos problemas. A mim, como Presidente, coube a gestão macro. Por isso que nosso modelo dá certo, pois cada Diretor se sente parte deste processo, motivado a novos desafios.
Você foi a primeira mulher a assumir a entidade e foi reeleita. Como foi essa experiência? Em 30 anos o Centro das Indústrias nunca teve uma mulher à frente de sua Gestão. Quando assumi este desafio, já fazia parte da Diretoria e conhecia muito a rotina e os trâmites do CIC que sempre trabalhou construindo e consolidando uma trajetória de destacada e corajosa luta. Assim, assumi a Presidência do Centro das Indústrias com plena consciência das minhas responsabilidades e capacidade. Já na minha primeira Gestão implantei o modelo de administração a que me referi antes. Isso deu tão certo, que aceitei assumir o desafio de uma nova Gestão, que se encerra agora. Hoje em dia, posso dizer que estou tão envolvida com esta entidade, que Neiva e CIC se misturam em uma só identidade.
O CIC nos últimos anos abriu suas portas e teve uma aproximação tanto dos seus associados, como com a sociedade. Quais as conquistas e resultados dessa postura? Foram muitas as conquistas. Em primeiro lugar é importante ressaltar o estreitamento de nossa relação junto ao Poder Público. Isso nos permitiu que conseguíssemos importantes vitórias como a iluminação do Distrito Industrial, a duplicação da Frederico Ritter, o asfaltamento de diversas ruas transversais a esta avenida e uma projeção nas negociações da RS010.
O CIC apoiou, também, a articulação para a construção da nova Escola do SENAI e do Ginásio de Esportes do SESI, que beneficiam diretamente toda a comunidade de Cachoeirinha.
Nestes quatro anos de gestão, procuramos focar em nossa Responsabilidade Social, para que pudéssemos ser agentes transformadores da sociedade em que estamos inseridos. Com esta visão, já estamos na quarta turma do Curso de Introdução a Logística do Projeto Pescar, com jovens de 16 a 19 anos em situação de vulnerabilidade social. Com este projeto, buscamos capacitar os jovens para trabalharem nas empresas aqui instaladas.
Além disso, reconhecendo a importância do trabalho do Banco de Alimentos para nossa comunidade, considerando o envolvimento que a FIERGS tem com esta causa, entendemos ser de extrema importância a participação do CIC, assim cedemos uma sala para instalação do Banco de Alimentos de Cachoeirinha.
Sempre trabalhamos buscando estreitar mais os laços com a sociedade, ampliando nossa parceria, dando mais visibilidade e representatividade ao nosso associado, esta diretoria sempre esteve pronta para a batalha, pensando no coletivo, buscando o fortalecimento do associativismo através do apoio dos associados, dos parceiros, do poder público e do empresariado, em prol do desenvolvimento.
Que projetos ainda ficam em andamento?
Nossa Gestão fará a inauguração da ampliação do Restaurante, entretanto o Auditório ainda ficará em construção. Além disso, estamos negociando a vinda de duas instituições financeiras, já temos a carta de intenções assinada, em breve estaremos oferecendo mais um serviço à comunidade industrial de Cachoeirinha. E com certeza o meu sucessor dará continuidade a estes e mais projetos dentro da sua inovação.
Que mensagem você gostaria de deixar a sua Diretoria.
Ao assumir o Centro das Indústrias de Cachoeirinha, disse aos meus diretores que tínhamos a responsabilidade de singrar os mares com coragem e coerência, citando estas palavras:
Que sejamos, nas pequenas e grandes tarefas da entidade, dignos da confiança de que somos depositários; Dedicados na execução das tarefas que vêm pela frente; Humildes na aceitação da crítica justa; Corajosos na defesa dos princípios da entidade quando os embates de ideias assim o exigirem; Abertos à incorporação de novas análises, e propostas. Visionários de um mundo mais humano e de uma sociedade justa e democrática. Em síntese: que tenhamos a capacidade, coragem e lucidez de, juntos com todos os que fazem a entidade, lutar para tornar cada vez mais brilhante o nome do Centro das Indústrias. E ao passar o leme afirmo que foi esta a herança que deixamos.