Texto | Davi Pacheco | Fotos | Divulgação
Vice-campeã do carnaval porto-alegrense de 2016, a Acadêmicos de Gravataí vai em busca do título inédito na edição deste ano que acontece no dia 25 de março, no Complexo Cultural do Porto Seco. Para conquistar a tão sonhada primeira colocação e se tornar a primeira campeã da Série Ouro com sede fora da capital, a escola vai homenagear o centenário de Abelardo Barbosa, o famoso e ilustre Chacrinha.
Tema proposto por Thayran Amorim, a vida de Chacrinha será apresentada desde sua origem no Nordeste até sua consagração como estrela da rádio e televisão brasileira. A irreverência do humorista serviu de inspiração para todos os detalhes que norteiam os trabalhos da escola. A sinopse do tema-enredo, por exemplo, foi desenvolvida em forma de literatura de cordel pelos membros da Comissão de Carnaval, Ramon Gadenz e Wagner Silveira.
O desfile vai começar trazendo uma ligação do mestre do humor brasileiro com o movimento tropicalista, e na sequência aborda sua infância e adolescência no agreste nordestino. Nessa hora o Porto Seco vai se transformar em uma grande celebração das festas e do folclore da região Nordeste do país: vai ter Frevo, Maracatu, Bumba-Meu-Boi, carnaval de Olinda e São João.
Nem mesmo a passagem da vida de quando Abelardo Barbosa quis ser médico foi esquecida, conta Ramon. “Ele foi à Alemanha para cursar Medicina, mas foi quando estourou a segunda guerra mundial e então teve de voltar ao Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro em pleno carnaval e logo se tornou o doutor da alegria”, relata com entusiasmo o carnavalesco.
O tema-enredo “Roda, roda, roda e avisa: Faça-se a confusão, o Rei da alegria vem sacudir a multidão!” pretende levantar o público e fazer a arquibancada cantar junto a história do humorista. Os programas Cassino, Buzina e Discoteca do Chacrinha, os jurados Pedro de Lara e Eike Maravilha, as chacretes e até mesmo o tradicional Bacalhau que era oferecido à plateia serão lembrados ao longo do desfile.
Nem mesmo o time do coração de Chacrinha, Vasco da Gama, foi deixado de lado. Bordões, quadros e históricas marchinhas como “Cabeleira do Zezé” e “Maria Sapatão” estarão no samba-enredo da Acadêmicos de Gravataí, que terá um dos pontos altos do desfile quando o famoso troféu abacaxi será entregue para a censura e toda forma de repressão. “O Chacrinha foi perseguido e censurado em sua carreira, por isso decidimos justamente pegar o troféu abacaxi que era entregue aos calouros reprovados em seu programa e entregar simbolicamente à censura e repressão”, revela o figurinista Ramon Gadenz.
A escola gravataiense, fundada em fevereiro de 1961, presidida atualmente por Rita Bitencourt e com Jorge Freitas na direção de carnaval, tem sua comissão de carnaval formada por Rafael Saraiva, Mauricio Gamarra, Tom Viana, Ramon Gadenz, Fernando Garibaldi e Wagner Silveira. O encerramento do desfile será com uma grande coroação feita pela Onça Negra, símbolo da escola, ao homenageado Chacrinha. A perspectiva e torcida dos foliões de Gravataí é de que na apuração outra coroação aconteça e desta vez com o título para a Onça Negra.