Prof. Saul Sastre – Diretor da Atitude3 Desenvolvimento em Gestão – Doutorando em Administração
2014 ficará na história do Brasil como o ano do tudo para depois. A situação já sinalizou mal no final de 2013, quando já sabíamos da Copa do Mundo “Imagina na Copa?” E as eleições que preconizavam um período de desafios. Na Copa ainda restava uma esperança de que as coisas poderiam melhorar, mas nas eleições todos sabíamos que seria um período de muita cautela, com uma economia maquiada em busca de votos. E foi o que aconteceu. Dólar estabilizado, artificialmente, dados estatísticos ruins procrastinados e a gasolina vendida com prejuízo até o pleito, isso sem falar de todo o “rolo” na Petrobras…
Lembro que assisti uma entrevista com um dos grandes empreendedores brasileiros, afirmando que tinha diversos projetos de expansão para a sua empresa no país, mas entendia que o cenário brasileiro era de espera. E assim foi o coro da grande maioria dos empresários, esperar para ver o desenrolar de acontecimentos.
Como todo bom dezembro, 2013 finalizou no tradicional “tudo para depois das festas de final de ano”. Em janeiro, como sempre acontece, ficou tudo para depois das férias e em fevereiro, tudo para depois do Carnaval. Em março, quando de fato começou o ano, principalmente no sul do país, nada aconteceu e tudo ficou para abril e em abril ficou tudo para depois da Páscoa. O Brasil dava sinais claros que 2014 seria um ano de economia em baixa e esperança em alta.
A Copa do Mundo começou a se avizinhar em maio e junho repetiu a fórmula, “tudo para depois da Copa”. E na Copa, o que aconteceu foram comércios vazios, indústria em férias coletivas e o pessoal do serviço sem serviço algum.
Em agosto, o Brasil ainda amargando os 7 a 1 da Alemanha, novamente iniciamos um novo ciclo de tudo para depois, só que agora era o tudo para depois das eleições. Assim aconteceu o primeiro turno e depois o segundo turno que revelou um Brasil dividido em dois, um inebriado pela assistencialismo e outro empolgado pela competitividade. O assistencialismo venceu e toda a esperança de um Brasil mais competitivo ficou para depois de 2018.
Ninguém sabe ao certo como será 2015. A esperança é que melhore, basta um pouco de confiança do mercado nacional e internacional, na condução da economia brasileira, que as coisas começarão a destravar. É um período ruim para a maioria, porém repleto de oportunidades para quem estiver atento. Enquanto isso, ficará tudo para depois da…