Crianças, jovens e adultos comem de tudo um pouco, mas os menores de dois anos nunca deveriam ter contato com algumas comidas, pois são inadequadas para elas. São comidas carregadas de sódio, açúcar, gordura saturada e conservantes. Além disso, os limites de segurança de uso dessas substâncias determinados por lei são calculados em relação ao organismo de um adulto, que tem a ingestão de calorias bem diferente de um bebê.
Um estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria, infelizmente, mostrou uma “elevada frequência de práticas e consumo alimentares inadequados em lactentes muito jovens”. E em todas as classes sociais.
Segundo a pesquisa “Alimentação complementar: práticas inadequadas em lactentes” é possível que “essas práticas levem ao aumento do risco de desenvolvimento futuro de doenças crônicas”, como a obesidade, alergias alimentares e anemia. Bebês que têm uma alimentação familiar baseada apenas nesse tipo de comida correm o risco maior de terem deficiências de vitaminas e minerais importantes para crescimento e desenvolvimento adequados.
Ainda de acordo com o estudo, ferro e zinco são dois micronutrientes ausentes da dieta das crianças das famílias entrevistadas. Então, nada de dizer que o filho de um ano come de tudo, se esse “tudo” incluir chocolate, refrigerante na mamadeira, bolacha recheada. Esse tal “tudo” tem de ser tudo menos os dez alimentos comuns ao cardápio dos adultos. Então que tal mudar o cardápio da família para incluir mais legumes e frutas? Antes, confira a lista de alimentos vetados aos menores de dois anos.
1) Refrigerante – Os do tipo “cola” têm alto teor de ácido fosfórico, que reduz a absorção do cálcio e podem ser estimulantes. O consumo de refrigerante está associado à obesidade infantil, à diminuição no consumo de leite e aumento no risco de osteoporose e ao aumento da incidência de cáries, segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP). São calorias vazias, pois não trazem nutrientes que irão colaborar com uma boa nutrição. Segundo a nutricionista Andreia Naves, os “refris” trazem apenas conservantes, acidulantes, aromatizantes. Uma série de aditivos químicos que podem sobrecarregar o organismo do bebê de toxinas prejudicando o bom funcionamento.
2) Macarrão instantâneo – Massa consumida por muitas famílias é uma bomba de sódio e de gordura saturada, além de conter uma série de aditivos químicos. Existem estudos relacionando o consumo dessas substâncias com o surgimento de alergias alimentares. Mesmo as versões ditas “infantis” não devem ser oferecidas aos bebês pelo excesso de sódio. E vamos combinar que fazer um macarrão cabelinho de anjo não é difícil, nem tampouco demorado, além de ser muito mais saudável.
3) Lasanha e qualquer outra comida congelada industrializada – Nada mais prático do que chegar em casa, tirar a lasanha da caixa, colocar no forno e em 20 minutos levar à mesa. O problema é que toda comida congelada industrializada contém muita gordura, muito sódio, muito açúcar e muitos aditivos alimentares, que já falamos acima. Fora que o sabor é sempre o mesmo, não importa se é frango, carne ou espinafre. Essa comida provoca certa distorção do paladar.
4) Leite de vaca – Entre os alimentos com maior risco para provocar o desenvolvimento de alergia alimentar em bebês, o leite de vaca ocupa a primeira posição. O organismo infantil está adequado e preparado para receber o leite materno, feito sob medida para humanos. Na impossibilidade de o bebê ser alimentado com o leite da mãe, fórmulas infantis foram desenvolvidas como substituta segura. O leite de vaca só pode ser oferecido depois dos dois anos.
5) Bebida de caixinha (néctar ou suco) – Prático e docinho, eles figuram na lista de supermercados de muitas famílias, mas não devem ser consumidos pelos bebês porque são inadequados para os menores de 2 anos. Em geral, esse tipo de bebida é recomendada para crianças acima de 3 anos. Entre as razões está o excesso de açúcar e sódio. Um teste do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) mostrou que das 31 amostras de néctar de fruta, 10 foram reprovadas por terem menos quantidade de fruta que o exigido por lei e terem muito açúcar.
6) Achocolatado – Tem leite de vaca, açúcar, chocolate, sódio, além de diversos outros conservantes. Nenhum desses ingredientes são indicados para uma criança menor de dois anos pelo risco de desenvolver: alergia alimentar, cáries, paladar acostumado apenas ao doce. Ofereça o seu leite. Na impossibilidade, fórmulas indicadas pelo pediatra.
7) Salgadinhos – São cheios de sódio, gordura saturada, conservantes e outros químicos, que sobrecarregam o organismo do bebê.
8) Biscoito recheado – Qual criança não gosta de biscoito recheado? Mas alguma vez você viu uma propaganda dessas bolachas com bebês? Isso não acontece porque não são comidas adequadas para um organismo em processo de amadurecimento. Cheios de gordura saturada, sódio, açúcar, corantes, são contraindicados para quem ainda mal sabe andar. Podem conter leite de vaca, entre outras substâncias alergênicas. Aliás, não são os mais indicados nem para criança maior de três anos.
9) Brigadeiro – O doce campeão dos aniversários é feito com leite de vaca, e menores de um ano não devem ter contato com esse tipo de leite. Também são extremamente doces, sobrecarregando o organismo ainda frágil dos bebês.
10) Petit suisse – Outro item bastante frequente da lista de supermercado da família. Muito querido pelas crianças, essa sobremesa é totalmente inadequada para os pequenos. O produto é rico em açúcar, corante e contém leite de vaca, portanto, indicada para as crianças acima de dois anos e não para os bebês. Troque por uma fruta. Simples assim.